
Segundo a polícia, a diarista Iraci de Souza Teixeira foi morta por “instrumento contundente” e deixada com pés e mãos amarrados. Polícia Civil disse que as buscas seriam feitas ao longo do dia. O filho da diarista de 66 anos encontrada morta na manhã desta quinta-feira (1°), em Vila Velha, na Grande Vitória falou sobre o mutirão organizado por ele com a ajuda de vizinhos para encontrar o corpo da mãe. Fábio Teixeira disse que a família foi informada pela polícia de que as buscas seriam suspensas durante o feriado do Dia do Trabalhador. A Polícia Civil nega e disse que as buscas seriam feitas ao longo do dia.
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O delegado-geral da Polícia Civil do estado, José Darcy Arruda, disse em entrevista ao Bom Dia ES nesta sexta-feira (2) que os trabalhos não pararam, já que as investigações continuaram por meio da inteligência e que a programação do feriado incluia buscas em campo.
“Estávamos programando para voltar na quinta-feira, juntamente, com o Corpo de Bombeiros. Toda a equipe estava se preparando para isso quando tivemos então a informação que uma pessoa, que estava trabalhando tanto na terça como na quarta, também nas buscas, juntamente com a polícia, havia encontrado o corpo. Existe todo um preparo. A polícia não age de forma rotineira. Ela tem todo um planejamento. Estávamos nos planejando para as equipes se encontrarem e se dirigirem para o local. […] Uma pessoa, que não é da família, foi para o local mais cedo e logrou encontrar”, explicou Arruda.
O filho da diarista disse que, de acordo com uma escrivã, em feriados o trabalho externo da polícia não acontece.
“Na terça à tarde começaram as buscas pela Polícia Civil, beleza. Aí a minha esposa chegou e perguntou ‘quinta-feira é feriado, vai continuar as buscas?’ e a escrivã informou ‘não, só funciona interno, externo não funciona porque é feriado’. Mas é um serviço público, funciona 24 horas. Como que minha mãe está desaparecida e vai parar as buscas, só vai voltar na sexta-feira?”, questionou Fábio Teixeira.
“Eles param para poder comemorar, para poder curtir o feriado, e nós familiares estamos lá sofrendo? Eu falei, vocês podem até parar, mas eu não vou deixar de procurar minha mãe, não vou desistir de buscar minha mãe, eu vou encontrar minha mãe”, falou o filho.
Doméstica Iraci de Souza Teixeira, de 66 anos, que saiu para caminhar foi encontrada morta no Espírito Santo
Arquivo Pessoal
Desaparecida por 5 dias
A diarista estava desaparecida desde o último sábado (26), quando saiu de casa para uma caminhada. Uma câmera de segurança registrou o momento em que a mulher saiu do condomínio e pegou a Rodovia Leste Oeste, uma das mais movimentadas da cidade.
Na quarta-feira (30), o Corpo de Bombeiros realizou buscas utilizando cães farejadores na região de mata.
O corpo de Iraci foi encontrado em uma área alagada, com pontos de mata fechada, uma região de difícil acesso, a aproximadamente 200 metros da rua mais próxima que dá acesso à Rodovia Leste-Oeste.
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Segundo os investigadores, a vítima estava de bruços, em uma cova rasa, com mãos e pés amarrados, já em estado de decomposição. A família fez o reconhecimento já no local, porque uma parte das roupas que a vítima usava no sábado foi identificada pelo filho.
“Eu não ia desistir de encontrar a minha mãe. […] Quero agradecer a todos do bairro Vale Encantado, amigos, familiares. Todo mundo se reuniu hoje e foi aquele amor, minha mãe era muito querido por todos”, falou o filho.
“Para mim, é muito difícil e gratificante ao mesmo tempo. Acabou o sofrimento da busca, mas o sofrimento que tá aqui dentro do meu peito vai ser eterno”, desabafou.
Corpo de diarista desaparecida é encontrado em Vila Velha
Iraci deixa três filhos e dez irmãos. Parte dos familiares estava na região de brejo acompanhando as buscas e a localização do corpo provocou comoção.
A primeira suspeita da polícia é de que quem cometeu o crime conhecia bem o local.
“A pessoa conhecia o lugar muito bem. Até mesmo porque o acesso é inviável, tem um brejo e a mata não foi batida”, disse o investigador da Polícia Civil, Walter Santana.
Ainda na quinta, familiares da diarista estiveram no Instituto Médico Legal para liberar o corpo e falaram com a TV Gazeta.
“Pedi tanto ao senhor para mostrar ela do jeito que fosse, fosse com vida, ou fosse com Deus se estivesse numa cova, mas que Ele mostrasse para nós e colocasse os anjos na frente. Agora é entregar para Deus, que resolve todas as coisas por nós todos, que nos dá força para superarmos essa angústia que tá no peito”, disse a irmã da vítima, Lenir de Souza Teixeira.
Corpo de diarista é encontrado em área de brejo em Vila Velha
Perícia no local constatou violência
Iraci desapareceu quando saiu de casa por volta das 8h15 para uma caminhada, no percurso que costumava fazer todos os sábados, conhecido como “reta do Vale”, nas proximidades da Escola Municipal Joffre Fraga, e desapareceu.
O local onde o corpo de Iraci de Souza Teixeira foi encontrado fica em um terreno, no final da rua Monte Sinai, no bairro Vale Encantado, nas proximidades da Rodovia Leste Oeste, na região onde a mulher morava.
O investigador Walter Santana disse que o corpo seria encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML), mas a perícia que foi feita no local constatou violência.
“A gente fez a perícia aqui e estão fazendo a investigação inicial. Percebemos que o corpo foi violentado, tem afundamento de crânio bilateral. Ela apresenta lesões no crânio e no corpo. Provavelmente, um instrumento contundente que o assassino usou para poder matar a senhora. A gente verificou que os pés e as mãos estavam amarrados com uma camisa branca, prejudicando até que a vítima viesse a se proteger da violência”, relatou o investigador Walter Santana.
Segundo a major da Polícia Militar Samiramis Baldotto Silva Lessa, para quem Iraci já prestou serviço, o corpo estava com as mesmas roupas que Iraci usava quando foi vista saindo de casa.
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