Emprego resiste, mas salários preocupam, avalia economista

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O mercado de trabalho brasileiro mostrou sinais de robustez no primeiro trimestre de 2025, segundo análise do economista Lucas Barbosa, da AZ Quest. Apesar da leitura mista dos dados de março — com o CAGED ligeiramente abaixo do esperado e a PNAD Contínua sinalizando força — o quadro geral é de aceleração do emprego formal e de pressão nos salários, o que pode intensificar as preocupações do Banco Central com a inflação de serviços.

A mensagem do trimestre é de resiliência. O mercado de trabalho segue robusto, com taxa de desemprego baixa e aceleração nos rendimentos”, afirma Barbosa.

Geração de empregos segue em ritmo forte

De acordo com Barbosa, os dados do CAGED em março mostraram a criação de 121 mil vagas formais, impactadas por fatores sazonais como o calendário do Carnaval. Ainda assim, a média dos três primeiros meses do ano foi de 169 mil empregos/mês, uma alta expressiva frente à média dos três meses anteriores, que era de 121 mil.

Mesmo com o dado pontualmente mais fraco em março, o mercado de trabalho encerra o trimestre em aceleração”, diz o economista.

Salários em alta puxam inflação de serviços

Barbosa chama atenção para o comportamento dos salários. Os dados da PNAD apontam crescimento real de 4% nos rendimentos e alta de 9% no salário nominal efetivo, enquanto os salários de admissão no CAGED subiram 6,4%. Segundo o economista, a renda dos trabalhadores informais tem puxado os ganhos com mais intensidade.

Diversas métricas de remuneração analisadas pela AZ Quest indicam uma pressão média em torno de 6,5%, alinhada à inflação dos serviços mais intensivos em mão de obra.

Há uma correlação relevante entre salários e inflação de serviços. Essa dinâmica reforça a preocupação do Banco Central com o repasse para preços”, analisa.

Perspectivas: moderação só no fim de 2025

Para os próximos meses, a expectativa da AZ Quest é de alguma acomodação da atividade econômica, com impacto inicial nos indicadores de demanda, depois na oferta e, por fim, no emprego.

A moderação do mercado de trabalho, segundo Barbosa, deve ocorrer apenas no fim de 2025, com efeitos mais visíveis ao longo de 2026.

A empregabilidade ainda é robusta e deve se manter firme no curto prazo. Só esperamos moderação mais à frente, à medida que a desaceleração da economia se materializar.

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