
O mês de maio deve continuar sendo marcado por incertezas relacionadas à guerra comercial e seus impactos sobre o câmbio global, segundo Marco Saravalle, CIO da MSX Invest. Nesse cenário, o comportamento do dólar no mundo, medido pelo DXY, e sua relação com o real brasileiro ganham protagonismo nas análises de mercado.
Embora ainda haja dúvidas sobre os possíveis efeitos líquidos para o Brasil, Saravalle avalia que o país tende a ser “um dos menos prejudicados” entre os emergentes. Com isso, o movimento de alocação em bolsa local pode continuar, especialmente em setores mais ligados à exportação e menos dependentes do consumo doméstico.
Exportadoras ganham força no mercado com cenário externo instável
O setor de proteínas aparece como um dos principais beneficiados em um contexto de desvalorização cambial e restrições comerciais entre grandes economias. Segundo Saravalle, empresas como Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) devem permanecer no radar dos investidores ao longo do mês, dado o potencial de ganhos com mercados externos e menor exposição à economia doméstica.
Apesar da pressão recente sobre commodities como petróleo e minério de ferro, o analista observa que a diversificação das exportadoras do setor de proteína garante certa proteção contra choques pontuais.
Small caps e resiliência em empresas fora do ciclo tradicional
Outro destaque de maio, segundo Saravalle, são as small caps mais resilientes, com menor dependência da atividade econômica. A Marcopolo (POMO4), por exemplo, apresentou um resultado positivo que pode sinalizar um bom desempenho ao longo do segundo trimestre e do restante do ano.
Empresas com modelos de negócio mais ajustados e exposição a setores específicos tendem a ganhar tração nesse cenário de incerteza, ainda que o crédito mostre sinais de leve deterioração. “Já se observa uma piora modesta na carteira de crédito de alguns bancos, como o Santander, o que pode indicar uma tendência de alta na inadimplência“, afirma Saravalle.
Mercado: consumo e educação sob influência da curva de juros
Setores mais diretamente ligados ao ciclo doméstico, como varejo, consumo e educação, continuam dependentes da trajetória da taxa de juros. Embora o mercado ainda mantenha cautela, Saravalle aponta que “a expectativa de corte de juros ainda este ano, já mencionada no Boletim Focus, pode dar novo fôlego a essas empresas”.
O comportamento da curva de juros ao longo do mês será determinante para a performance desses papéis. A sinalização de flexibilização monetária pode reaquecer o apetite por empresas do setor educacional e de consumo, que tendem a se beneficiar em ambientes de crédito mais barato.
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