Reiki animal: especialista explica funcionamento de terapia em pets

Técnicas de terapias alternativas se tornaram muito populares nos últimos anos, entre as quais estão a aromaterapia e o reiki, que prometem auxiliar no tratamento de estresse, ansiedade e até no fortalecimento do sistema imunológico dos animais de estimação.

De acordo com a médica-veterinária e terapeuta especialista em reiki em animais, Sabina Scardua, o Reiki é uma técnica japonesa centenária, que consiste na canalização da energia universal e espiritual dos animais.

“O Reiki Pet é um conceito de abordagem cuidadosa com conexão, na aplicação do Reiki para animais, levando em consideração não só a particularidade dos chacras dos animais, mas também aspectos de vulnerabilidade energéticas deles [animais] aos receber o reiki”, diz a especialista ao Canal do Pet.

A veterinária deixa claro que a tecnica deve ser utilizada como uma terapia complementar ou integrativa, nunca como uma substituição para nenhum tratamento alopático ou terapia comportamental. “O Reiki anda em conjunto com os outros tratamentos”, diz Sabina.

“Para a maioria dos casos nos animais, também não é uma abordagem pontual, com uma única sessão. [O reiki] tem seus efeitos maximizados quando acompanha o animal por um tempo, com um número maior de sessões, com intervalos entre as sessões variando para cada situação ou páciente”, acrescenta a terapeuta.

O reiki pode ser aplicado de forma presencial ou à distância Sabina diz que, para o reiki presencial, o terapeuta vai até a casa do animal no horário marcado e, com o tutor próximo do pet, é feita a sessão. O reiki flui através das mãos do terapeuta impostas na direção do animal.

“O terapeuta está preparado para entender se o animal aceita ser tocado ou nãoo, para o recebimento do reiki”, diz a profissional. “O terapeuta reiki tem atenção redobrada com sua propria energia e usa técnicas energéticas e comportamentais para ser amistoso ao animal. A sessão de Reiki Pet dura em torno de 15 a 20 minutos.”

Para animais em estado de internação, o terapeuta pode ir até a clínica ou hostpital onde o animal está. “Algumas clínicas veterinárias especializadas oferecem o reiki como uma das terapias integrativas, onde a sessão é realizada na própria clínica. Para isso, é preciso escolher um local realmente preparado, se não, o estresse do deslocamento pode ser maior que o benefício da sessão”, aponta Sabina.

As principais indicações do reiki para animais

• Durante o processo de tratamento de qualquer doença, pois acelera o processo de cura e minimiza os efeitos colaterais dos principais medicamentos, como enjoo, diminuição do apetite, vômitos, diarreia; principalmente em pacientes de quimioterapia.
• Após qualquer cirurgia, incluindo a castraçãom pois além de acelerar a cicatrização e recuperação do animal, restaura o copo energético que é fortemente alterado em processos cirúrgicos.
• Para pacientes imunocomprometidos, como os gatos FIV e FelV positivos, pois modula e reforça o sistema imune.
• Para os animais idosos, pois auxilia no desconforto físico e dá segurança emocional.
• Para momentos de mudança de casa ou de rotina, como volta ao trabalho do tutor, chegada ou saída de membros da família, como divírcios, vinda dos pais idosos do tutor; ou adoção de novos animais; luto por perda de animais companheiros ou membros humanos da família; viagem do tutor.
• Durante o treinamento ou adestramento, e ainda acompanhando o tratamento de distúrbios comportamentais, como ansiedade e medo.

Como o reiki atua no corpo do animal

Segundo Sabina, o reiki tem sido aceito como efetivo para determinados fins baseados predominantemente em medicina de evidência, ou seja, a literatura científica predominante consta de trabalhos comprovando os efeitos do reiki nos pacientes, mesmo sem conhecer o real mecanismo de ação. “É o caso de muitos medicamentos em uso também”, diz ela.

“No entanto, o número de trabalhos científicos cresce em um ritmo incrível, nos últimos 10 anos, com um boom de crescimento no ano de 2020, durante a pandemia, acompanhando o movimento mundial em expansão da medicina e medicina veterinária integrativa”, destaca a veterinária.

Ela menciona alguns dos trabalhos que lançam teorias e aprofundam um pouco mais no possível mecanismo de ação do reiki: “como é o caso de Kemal Irmak, em 2010, que sugere a participação das Células de Merkel, que são células neuroendócrinas e se localizam na pele e mucosas.”

“Elas se comunicam com o sistema nervoso central e também podem liberar substâncias mediadoras da inflamação ou reparadoras. De acordo com o tutor, foi detectado através de experimento controlado, que estas células reagem imediatamente a qualquer campo eletromagnético. E foi detectado a reação destas células tanto em quem está enviando o reiki quanto em quem está recebendo. O efeito do reiki está comprovado, o ‘como’ está sendo testado”, diz Sabina.

O que a pessoa que aplica o reiki sente ao fazê-lo?

Sabina explica que o terapeuta reikiano geralmente sente “a energia fluir na palma das suas mãos”, e consegue detectar as diferentes intensidades do fluxo.

“No Reiki Pet aplicamos o reiki com conexão, ou seja, totalmente focados naquele animal. Então podemos sentir seu campo emocional, seu nível de desalinhamento energético e até algum incômodo físico. Ao final da sessão, passamos essas impressões ao tutor”, diz a veterinária.

Ela pontua: “No entanto, sentir alguma coisa, tanto para o terapeuta quanto para o paciente, não é condição para que o reiki atue. O reiki é o reiki, uma vez aplicado terá seus efeitos no indivíduo que recebeu. A experiência do terapeuta e do paciente durante a aplicação é variável ou até mesmo inexistente, sem comprometer o reiki propriamente dito.”

O reiki à distância funciona?

De acordo com Sabina, a técnica pode ser aplicada à distância, com o terapeuta e o tutor do pet mantendo contato por chamada de vídeo ou mesmo por um vídeo de mídia social, para envios coletivos. 

“O reiki à distância mantém a efetividade para o animal, vai agir em seus diferentes corpos da mesma forma que o presencial. A diferença entre o reiki presencial e a distância está em [dois pontos diferentes].”

1. No contato do tutor com o terapeuta que para algumas pessoas é importante para estabelecer mais intimidade e confiança;
2. O reiki presencial influencia de forma discreta e secundária a energia da casa e até mesmo do tutor ou outros animais que permanecem próximos.

“O tratamento à distância é direcionado exclusivamente ao paciente e não tem efeitos secundários benéficos na casa”, diz Sabina.

O que é preciso para ser um Terapeuta Reikie?

Sabina Scardua diz que para se tornar um Terapeuta Reiki é preciso fazer uma formação teórico prática, na qual o terapeuta será “sintonizado por um Mestre, à energia Universal”.

“A formação envolve quatro níveis no Brasil: Nível 1, que permite aplicar reiki apenas de forma presencial; Nível 2, que permite aplicar ao paciente à distância. Nível 3 ou 3A, que permite aplicar a vários animais ou pessoas de forma conjunta ao mesmo tempo e o Nível 3B ou Mestrado, que permite formar outros terapeutas”, explica Sabina. “Então, para cada nível, há uma sintonização específica do terapeuta e símbolos e técnicas para o presencial, distância e grupos.”

A especialista ainda destaca que é importante diferenciar um tratamento de reiki feito à distância de envios coletivos de reiki. “No envio coletivo que se vê em mídias sociais, a pessoa coloca o nome do animal lá nos comentários do post ou vídeo e o Reikiano [terapeuta que aplica o reiki] em um determinado horário faz o envio para 100, 500 ou mais de mil indivíduos de forma conjunta, por cerca de cinco ou 10 minutos, neste caso é um Reikiano nível 3, que usa o símbolo e técnica de envio coletivo à distância.”

Sabia diz que, nestes casos, os indivíduos recebem, mas é diferente de um tratamento, no qual um terapeuta conecta com um único animal e faz uma sessão de 10 a 20 minutos focado apenas naquele animal e o acompanha durante um tempo.

“Uma sessão individual à distância para animais geralmente funciona assim: no horário marcado entro em contato pelo Whatsapp, para o tutor me dar o ‘ok’ para começar, ou seja, o animal está protegido dentro da casa, não está comendo, fazendo as necessidades, não há visitas ou outras variações significativas”, pontua.

Ela destaca a importância do tutor ficar próximo ao animal, porque é na presença do tutor que a maioria dos animais se sente mais seguro. “Este cuidado é um respeito ao animal, e para que ele possa ter uma experiência agradável ao receber o reiki.”

“Ao final da sessão, envio relatório breve de como o animal está fisicamente, emocionalmente e energicamente, e combinamos o horário da próxima sessão, que pode ser alterado conforme o quadro do paciente se agrava ou se estabiliza, ou o dia da quimioterapia, por exemplo”, finaliza a veterinária.

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