
A influenciadora e dançarina Thais Carla, conhecida por seu ativismo na luta contra a gordofobia e valorização da diversidade corporal, passou por uma cirurgia bariátrica nesta semana. A decisão, segundo ela e sua família, foi motivada por questões de saúde e bem-estar.
A escolha reacende debates importantes sobre obesidade, saúde e liberdade individual. Afinal, a obesidade não é apenas uma questão estética: é uma condição crônica reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Obesidade é, sim, uma doença
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e resulta da interação de fatores genéticos, hormonais, comportamentais e ambientais. Ela está associada a um risco aumentado para uma série de outras doenças, como:
- Diabetes tipo 2
- Hipertensão arterial
- Doenças cardiovasculares
- Apneia do sono
Isso significa que tratá-la com seriedade não é excluir ou desrespeitar — é acolher e cuidar.
Por que a cirurgia bariátrica pode ser um bom caminho
A bariátrica é uma estratégia válida e eficaz para pessoas com obesidade grau II ou III, especialmente quando já existem complicações metabólicas ou prejuízo à qualidade de vida. Os principais benefícios da cirurgia incluem:
- Redução de 50% a 70% do excesso de peso em até dois anos
- Melhora ou até remissão de doenças crônicas
- Aumento da mobilidade e diminuição de dores articulares
- Melhora da autoestima e saúde mental, com mais autonomia no dia a dia
Mas é importante reforçar: a cirurgia não é um atalho, e sim uma ferramenta que precisa de comprometimento com mudanças no estilo de vida.
Antes mesmo da realização do procedimento, o paciente precisa passar por um acompanhamento multidisciplinar — com nutricionista, psicólogo, endocrinologista e equipe cirúrgica — por um período que pode durar meses ou até anos. Esse processo é essencial para avaliar o preparo emocional e físico, alinhar expectativas e garantir que a decisão pela cirurgia seja realmente segura e consciente.
Como será a perda de peso após a cirurgia
Logo nos primeiros meses, a perda de peso tende a ser rápida, pois o volume e a frequência das refeições ficam bastante reduzidos. A depender da técnica escolhida, também pode haver diminuição da absorção de nutrientes. Esse processo deve ser acompanhado com muita atenção, tanto do ponto de vista físico quanto emocional.
A longo prazo, o sucesso da cirurgia depende da adesão a uma alimentação equilibrada, prática de atividade física e acompanhamento profissional — especialmente com nutricionista e psicólogo.
Cuidados nutricionais essenciais no pós-operatório
Após a cirurgia, o corpo passa a absorver menos nutrientes, o que torna a suplementação e o planejamento alimentar fundamentais. Os principais pontos de atenção incluem:
- Vitamina B12
- Ferro
- Cálcio e vitamina D
- Ácido fólico
Além da suplementação, é essencial seguir uma progressão alimentar individualizada (líquido → pastoso → brando → sólido), com foco em proteína adequada, boa mastigação e atenção plena ao comer.
Conclusão
A decisão da Thais Carla representa uma mudança de rota, não de valores. Fazer bariátrica não anula sua luta contra a gordofobia, mas mostra que autocuidado e ativismo podem coexistir.
Obesidade é doença, e merece ser tratada com seriedade, acolhimento e estratégia. Cada corpo tem uma história, e cada pessoa tem o direito de buscar o caminho que melhor se alinha com sua saúde e sua vida.
Parabenizo a Thais Carla pela coragem e pela honestidade ao compartilhar esse novo capítulo com o público. É preciso muita força para mudar, e mais ainda para fazer isso sob os olhos de milhares de pessoas. Que sua decisão inspire outras mulheres a cuidarem da própria saúde com liberdade, respeito e responsabilidade.