Adolescente morre baleado a caminho do trabalho durante troca de tiros no Engenho da Rainha


Gabriel dos Santos Vieira estava na garupa de uma moto de aplicativo quando foi atingido várias vezes nas costas e morreu na hora. O condutor também foi atingido por pelo menos 3 tiros. Policiais disseram aos familiares das vítimas que eles ficaram no meio de um fogo cruzado. Gabriel dos Santos Vieira, de 17 anos, estava a caminho do trabalho; ele morreu na hora
Reprodução/TV Globo
Um tiroteio entre policiais militares e bandidos no Engenho da Rainha, Zona Norte do Rio, na noite dessa quarta-feira (30), terminou com a morte de um adolescente de 17 anos que estava indo para o trabalho. O rapaz estava na garupa de uma moto de aplicativo quando foi atingido várias vezes nas costas e morreu na hora. O condutor também foi atingido por pelo menos 3 tiros.
De acordo com testemunhas, Gabriel dos Santos Vieira estava na Avenida Adhemar Bebiano quando foi morto.
Uma das versões para o crime é que ele teria ficado no meio do tiroteio entre os criminosos que estavam em dois carros e PMs que tentavam fazer uma abordagem.
O rapaz, morador do Complexo do Alemão, estava a caminho de uma festa de debutante, onde iria trabalhar como dançarino. O condutor da motocicleta também foi baleado.
Identificado como Vanderson Ferreira Nascimento Pinto, de 40, ele foi socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também Zona Norte.
A direção da unidade de saúde ainda não há informações sobre o estado de saúde de Vanderson.
Mas, segundo parentes do motorista de aplicativo ele foi atingido por três tiros e passou por uma cirurgia na madrugada desta quinta-feira (1º).
Dançarino e ajudante de pizzaiolo
De acordo com parentes de Gabriel, além de trabalhar como dançarino, ele também era ajudante de pizzaiolo em um restaurante de Bonsucesso.
“Os policiais alegam que no momento que aconteceu esse tiroteio a moto em que o Gabriel estava ficou no meio entre o carro da polícia, que estava do lado direito, e o carro dos traficantes que estava do lado esquerdo. Segundo eles, houve um tiroteio da parte do carro dos traficantes, com isso atingindo a moto onde Gabriel estava na garupa e morreu na hora. Ele estava indo trabalhar em uma festa de 15 anos. Ele dança em festa de 15 anos, e no dia que não tem festa ele trabalha numa pizzaria lá dentro da comunidade”, contou Sara Rodrigues, tia do jovem.
A Polícia Civil fez uma perícia no local e constatou 5 perfurações nas costas de Gabriel. Os bandidos conseguiram fugir.
‘Por que isso aconteceu comigo?’
Segundo parentes de Vanderson Ferreira, o piloto de aplicativo foi baleado por tiros de fuzil.
De acordo com Alexander Rocha, afilhado do homem, ele trabalhava de gari durante o dia e a noite rodava em aplicativos de transporte para complementar a renda da família.
“Ele foi atingido por três tiros de fuzil 556. Assim que ele foi baleado, o meu padrinho mandou me ligar. Fui o primeiro a chegar lá e ele estava deitado e falando: ‘Por que isso aconteceu comigo?’”, contou Alexander.
O homem lembrou que o padrinho havia acabado de pegar o passageiro quando foi alvejado.
“Ele trabalha de manhã como gari, na Comlurb, e de noite ele complementa a renda com moto Uber, 99. Ele tinha acabado de pegar o passageiro e foi alvejado. Eu perguntei ao policial o que tinha acontecido e ele me disse que estava acontecendo uma perseguição e eles ficaram no meio”.
Alexander Rocha desabafou: “É isso que a gente está vivendo no Rio de Janeiro, eles estavam trabalhando”.
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