
Uma pintura de Mark Rothko sofreu múltiplos riscos no seu acabamento inferior não envernizado após um toque involuntário de uma criança durante visita ao Depot Boijmans Van Beuningen, em Rotterdam, no início do mês.
A obra “Grey, Orange on Maroon, No. 8” (1960), pertencente à exposição Lievelingen, foi imediatamente retirada do local e encaminhada ao laboratório de conservação do museu para avaliação dos próximos passos no restauro.
Segundo o porta-voz Vincent Cardinaal, “o trabalho de Rothko sofreu danos: vários riscos visíveis na camada de tinta não envernizada” em um “momento desguarnecido”, sem qualquer intenção de vandalismo, informou a ABC News.
Exposição e proteção
O Depot funciona como um espaço de armazenagem visível, permitindo ao público observar milhares de peças sem barreiras convencionais de museu.
A plataforma foi pensada para oferecer um “acesso aos bastidores” das coleções, mas a ausência de proteção física tradicional expõe as superfícies mais sensíveis, como as de Rothko, a acidentes.
Histórico de incidentes com Rothko
Não é a primeira vez que uma pintura do artista é danificada em museu público.
Em 2012, o polonês Vladimir Umanets riscou Black on Maroon (1958) na Tate Modern, em Londres, com caneta preta para assinar seu manifesto “This is Yellowism”.
O reparo levou 18 meses e custou cerca de US$ 250 mil (R$ 1,4 milhão na cotação atual), evidenciando a dificuldade de restaurar até mesmo pequenas avarias em obras de Rothko.
O museu não divulga valores de avaliação, apólices de seguro ou detalhes de segurança, conforme política padrão em instituições europeias.
Embora nunca tenha sido leiloada, colecionadores apontam valor estimado entre US$ 50 e 60 milhões (R$ 283 e 339 milhões na cotação atual) para a peça adquirida em 1970.