A Safra da Tainha 2025 tem início nesta quinta-feira (1º) em Balneário Camboriú, com ações intensificadas de fiscalização e conscientização. A Fundação Cultural lançou, nesta quarta-feira (30), a campanha “Mar de Tradição, Respeite o Pescador”, com o objetivo de valorizar a pesca artesanal da tainha, reconhecida como patrimônio cultural imaterial do município.
A atividade pesqueira ocorre até 31 de julho em nove pontos das praias da cidade. A Fundação mantém convênio com a Colônia de Pescadores Z-7 para fornecer infraestrutura como contêineres, tendas, camisetas e materiais informativos. Durante o período, é proibido o uso de embarcações motorizadas, redes tipo feiticeira e de malha, cilibrim e fisgas, conforme regulamentações ambientais.
A fiscalização será realizada pela Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria de Segurança Pública, Marinha e Polícia Militar Ambiental. A Guarda Municipal também atuará com apoio de drones e embarcações cedidas por empresas náuticas. Denúncias podem ser feitas pelo telefone 153.
Na Praia Central, os três ranchos — nas ruas 2700, 3700 e 4100 — contarão com dois contêineres cada (um com banheiro) e duas tendas, com energia elétrica e estrutura de apoio. A Praia do Pinho terá estrutura similar. Nas Praias Agrestes, Laranjeiras, Taquarinhas, Taquaras, Estaleiro e Estaleirinho receberão tendas e, em dois desses pontos, banheiros químicos.
A campanha educativa da Fundação Cultural será exibida nos contêineres, redes sociais e materiais distribuídos pela cidade. Nesta quarta, às 19h, ocorre em Taquaras a entrega de 300 camisetas, 40 wind banners e 20 placas aos pescadores.
“O compromisso da Fundação Cultural é proteger o patrimônio cultural da pesca artesanal de Balneário Camboriú. Com esse intuito que a nossa campanha de comunicação vai atuar, para que moradores e turistas respeitem o pescador e essa prática histórica tão importante para nossa comunidade”, declarou o diretor-presidente da Fundação Cultural, Allan Müller Schroeder.
Cerca de 200 famílias vivem da pesca artesanal de tainha na cidade. A prática foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial pela Lei nº 4.327/2019. Já os ranchos de pesca da Praia de Taquaras foram tombados como patrimônio material por meio da Lei nº 4.874/2024, incluindo os ranchos conhecidos como “Rancho do Neu” e “Rancho do Eládio”.
Na última safra, mais de 75 mil tainhas foram capturadas em Balneário Camboriú. A expectativa para 2025 é positiva, segundo Laercio Demetrio, coordenador de Pesca e Economia Artesanal da Secretaria do Meio Ambiente. Ele alerta, porém, sobre a cota estadual de 1,1 mil toneladas estabelecida para a modalidade de arrasto de praia.
“A expectativa é sempre boa. Já temos notícia de peixe navegando para o sul de Santa Catarina. O único receio do pescador mais do norte do Estado é que essa cota seja capturada antes do peixe chegar na nossa região. Principalmente para os ranchos da Praia Central e das Praias Agrestes, que são quase os últimos na captura da tainha. Mas até então a gente acredita que vai ser uma safra boa, se Deus quiser. Ano passado, ela foi bem boa para muita gente”, afirmou.
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