Na véspera da Micareta de Feira 2025, a Polícia Civil de Feira de Santana realizou uma megaoperação que resultou na prisão de 19 pessoas e na apreensão de aproximadamente 40 armas de fogo, drogas e grande quantia em dinheiro. A operação batizada com o nome de Skywalker foi liderada pela 2ª Coordenadoria Regional de Polícia (Coorpin) e contou com mais de 200 policiais e 28 delegados com foco principal para desarticular uma rede criminosa com atuação em Feira de Santana e em outros estados do país.
De acordo com o delegado Fábio Lordelo, diretor do Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), a investigação começou com foco no tráfico de armas e drogas e foi se expandindo à medida que as equipes de campo reuniam informações.
Como já foi mostrado pelo Acorda Cidade, uma advogada e um policial militar da reserva foram presos. A mulher teria movimentado mais de R$ 6 milhões de origem ilícita. Entre os detidos ainda estão empresários de uma loja de munições de Salvador, o proprietário e a esposa dele, além de outros policiais militares, um deles, inclusive, atuava em em Feira.
“Estamos tirando de circulação armas de fogo e consequentemente preservando vidas. O nosso foco primordial foi esse e o segundo passo foi a questão da descapitalização, porque organização criminosa só se combate com descapitalização. Não basta só prender, apreender objetos. Nós temos que descapitalizar essas organizações”, disse Lordelo ao Acorda Cidade.
Segundo o delegado Lordelo, as investigações apontam que advogada realizava ordens de pagamento para diversas pessoas envolvidas com o tráfico de drogas e de armas.
O delegado chefe da Polícia Civil, André Viana, também reforçou a meta das forças de segurança para desarticular grupos criminosos com o bloqueio de valores. Nesta operação já foram mais de R$ 84 milhões retidos dos supostos criminosos.
“A justiça, nós representamos para o bloqueio de mais de R$ 84 milhões e esperamos realmente angariar esse recurso para que seja utilizado no enfrentamento à criminalidade” completou André Viana.
Operação Policial e Apreensões
Uma outra grande operação policial que freou o abastecimento de droga para Micareta de Feira, que começa nesta quinta e segue até a manhã de segunda (5), apreendeu aproximadamente R$ 90 mil em drogas.
Já na manhã desta quarta (30), a PC apreendeu Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de Feira de Santana-BA (DTE-FSA) outra grande quantidade de drogas. O que chamou atenção na ação, foram a apreensão de cinco camisas falsas da polícia civil que estavam em posse dos suspeitos.
Além de Feira de Santana, a operação teve alvos em estados como Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e o Distrito Federal, onde duas pessoas foram presas. Em Feira, foram 19 alvos e 17 pessoas presas.
As armas apreendidas foram lacradas conforme o protocolo legal para garantir a cadeia de custódia das provas. “Nós temos um rito processual a seguir, que a cadeia de custódia de todo esse material é apreendido. É uma exigência da lei, por isso que nós temos que manter tudo lacrado, principalmente as armas de fogo, está tudo lacradinho para fazer as perícias, para que essa prova não seja contestada no futuro”, explicou o delegado.
As pessoas presas em Feira devem permanecer detidas no Complexo de Delegacias da cidade. Aqueles que foram presos em outros estado, devem ficar sob a jurisdição do estado. Já os policiais militares, conforme a lei, devem ser encaminhados para o Batalhão.
Impacto da Operação e Declarações
O delegado Ives Correia, coordenador regional, destacou o impacto positivo da operação policial, principalmente às vésperas do maior evento de rua da cidade.
“Sem dúvidas, o impacto é extremamente positivo. A gente consegue inaugurar esse dia de hoje, de micareta, que tem BaianaSystem, tem Bloco Zero Hora, com uma grande operação dessa magnitude e complexidade. Logicamente ela tem foco no tráfico de armas e drogas, mas que a gente sabe que impacta diretamente ou indiretamente nos CVLIs, nos homicídios e isso significa mais paz para a região”, declarou Ives ao Acorda Cidade.
O coordenador também reforçou a importância do trabalho da polícia civil para desarticular o patrimônio de organizações criminosas no estado. “A gente precisa aprofundar, sim, nesse combate à lavagem de capitais.
Então, vejam que a gente está atingindo até os chamados cifras douradas, o colarinho branco, que são aquelas pessoas que muitas vezes são inatingíveis pela sociedade, aos olhos da sociedade, que são empresários, advogados, pessoas ligadas ao Estado. Então, é importante, sim, a gente seguir nessa toada”, reforçou Ives Correia.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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