Chuva de diamantes em planetas pode ser mais comum do que parece

Chuva de diamantes em planetas pode ser mais comum do que pareceDanielle Cassita

Parece que as chuvas de diamantes também podem acontecer em exoplanetas gasosos. Já se sabia que o fenômeno pode ocorrer em Netuno e talvez em Urano, e agora, um estudo de pesquisadores do Centro de Aceleração Linear de Stanford, da universidade homônima, sugere que o fenômeno ocorra em condições diferentes do que se pensava. Se este for o caso, chuvas de diamantes também podem acontecer nos mininetunos, que são planetas gasosos menores.

Uma chuva de diamantes pode parecer um fenômeno bastante estranho, mas o estudo sugere que seja relativamente comum pelo universo. Nos gigantes gelados, a temperatura e pressão é tão alta nas profundezas das suas atmosferas que hidrocarbonetos (como metano) são quebrados, permitindo que os átomos de carbono se combinem com outros e formem partículas de diamantes sólidos.

No ano passado, um estudo sugeriu que Netuno talvez tenha as condições ideais para uma chuva do tipo — mas, agora, o novo estudo indica que os limites de pressão e temperatura para isso acontecer sejam menores do que pareciam. Para chegar a esta conclusão, os autores simularam a formação de diamantes em laboratório.

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Eles monitoraram o surgimento dos diamantes a partir de um filme de poliestireno de hidrocarbonetos submetidos a presssões altíssimas. Desta forma, a equipe pôde observar o processo por um tempo maior do que aquele de experimentos anteriores.

Os autores notaram que, embora a pressão intensa e altas temperaturas sejam necessárias para a formação dos diamantes, talvez elas não precisem ser tão extremas. Isso sugere que os diamantes possam ser formados em profundidades bem mais rasas — e que a descida das partículas deles durante chuvas arrastaria gás e gelo, influenciando os campos magnéticos dos seus planetas.

Netuno e Urano têm campos magnéticos assimétricos, e isso vem intrigando os cientistas. Por outro lado, a chuva de diamantes pode ajudar a explicar esta característica: Mungo Frost, físico e coautor do estudo, sugere que o fenômeno “pode desencadear movimentos nos gelos condutores encontrados nesses planetas, influenciando a geração de seus campos magnéticos”.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

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