
Durante entrevista ao programa BM&C News, o especialista em mercado de capitais André Momberger afirmou que o Brasil continua se destacando no cenário global como destino atrativo para investidores, mesmo em meio às incertezas fiscais e à política monetária ainda restritiva.
Segundo Momberger, o comportamento dos ativos brasileiros confirma a percepção de que a bolsa nacional ainda oferece oportunidades relevantes. “A bolsa brasileira está barata. Mesmo que estejamos próximos do topo histórico em termos nominais, ainda estamos longe de atingir o potencial real de valorização, especialmente se considerarmos a inflação acumulada nos últimos anos“, afirmou.
Ele explicou que, embora o mercado esteja testando o recorde histórico de 137.400 pontos, o preço dos ativos, em termos ajustados, segue descontado em relação a outros mercados e ao próprio potencial interno.
Bolsa: setores ligados ao agronegócio e alimentos se destacam
Para André Momberger, setores diretamente ligados ao agronegócio brasileiro, bem como empresas exportadoras de alimentos, devem liderar o movimento de alta nos próximos meses.
“A imposição de tarifas pelos Estados Unidos contra outros países cria uma vantagem competitiva para o Brasil. Empresas ligadas ao agro tendem a se beneficiar, seja pela força estrutural do setor, seja pela nova demanda internacional que pode surgir“, destacou.
Entre as ações que ganham destaque, Momberger citou exemplos como JBS, Marfrig e BRF, enfatizando que esses papéis ainda apresentam um “upside” interessante, mesmo após as recentes valorizações. “São empresas que têm fundamentos sólidos e estão expostas a mercados internacionais em expansão, o que as torna ainda mais atrativas nesse ambiente“, acrescentou.
Além dos setores exportadores, o especialista também vê espaço para uma recuperação de ativos ligados ao mercado interno, impulsionados por uma possível queda na taxa Selic.
“A sinalização do Banco Central, especialmente pelas falas recentes do diretor Gabriel Galípolo, aponta para a possibilidade de encerramento do ciclo de alta e início de um movimento de cortes de juros ainda este ano“, analisou Momberger.
Nesse contexto, ele destacou setores como construção civil, varejo, educação e tecnologia como potenciais beneficiários. “Com juros mais baixos, o crédito tende a se expandir, o consumo interno é favorecido, e essas empresas podem apresentar uma performance superior“, explicou.
Brasil pode romper o topo histórico da bolsa em breve
Mesmo diante da volatilidade global e dos desafios fiscais domésticos, André Momberger se mostrou otimista em relação ao desempenho da bolsa brasileira nos próximos meses.
“Por incrível que pareça, o Brasil hoje se oferece como um player interessante. Não me surpreenderia se, muito em breve, deixássemos o topo histórico para trás e alcançássemos novas máximas”, afirmou.
Ele ponderou que o cenário exige cautela, mas reforçou que a posição relativa do Brasil no ambiente global — com ativos descontados, juros reais elevados e fundamentos de setores-chave — coloca o país em uma situação de vantagem diante de outros emergentes.
Assista na íntegra:
Leia mais notícias e análises clicando aqui
O post “Bolsa brasileira ainda está barata”, afirma especialista apareceu primeiro em BM&C NEWS.