Cozinha Popular é inaugurada com feijoada e roda de samba na comunidade do Cerro Corá, no Rio

A comunidade do Cerro Corá, na zona sul do Rio, celebrou a inauguração de sua primeira Cozinha Popular no último domingo (27). O evento reuniu moradores em uma grande confraternização, com feijoada gratuita e roda de samba, no novo espaço que nasce como ferramenta de combate à insegurança alimentar e de fortalecimento da organização comunitária. 

A iniciativa é fruto de um projeto iniciado ainda durante a pandemia da covid-19, a partir da articulação solidária “Nós por Nós Contra o Coronavírus”. Segundo Janderson Dias, coordenador da cozinha e morador da comunidade, o projeto surgiu da urgência de garantir o acesso à alimentação para a população local em um dos momentos mais críticos do país. 

Hoje a Cozinha Solidária se consolida como espaço de uso comunitário que vai muito além do objetivo inicial de distribuição de refeições. Com a aprovação em editais da Fiocruz e com recursos do Favela Parque ao final de 2024, o projeto se propõe a funcionar como um polo de formação profissional, geração de renda e estímulo a iniciativas de empreendedorismo popular, voltado principalmente às mulheres da favela.

Além de oferecer refeições para datas simbólicas, a iniciativa deve se somar a outras frentes de organização local, como a biblioteca e o pré-vestibular comunitário. “Queremos que a cozinha seja um espaço de encontro, de formação e de autonomia para os moradores. Um equipamento que sirva para quem quiser cozinhar, vender seus produtos, se formar, ou simplesmente se reunir”, explica Janderson, que também é militante do Levante Popular da Juventude e do Movimento Brasil Popular.

Na feijoada de inauguração, a cozinha foi comandada pelas mulheres da casa. Entre elas, Renata Dias, que além de se envolver na preparação dos alimentos, também participa de outros projetos solidários e compõe a coordenação da ação. 

Segundo a vereadora Maíra do MST, que esteve presente na inauguração, a cozinha popular também aposta na coletivização do trabalho doméstico como ferramenta de emancipação feminina, já que transforma tarefas historicamente desvalorizadas em instrumentos de renda para as mulheres da favela. 

As obras da Cozinha Solidária ainda estão em fase de finalização, mas o projeto já se consolida como um símbolo de resistência, solidariedade e autogestão para a comunidade na luta por direitos básicos.

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