
Donald Trump iniciou seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro e, desde o primeiro dia, impôs grandes mudanças no país, da política externa à imposição de sobretaxas aos produtos importados. Desde então, já se passaram 100 dias em que Trump está no comando de uma das maiores potências do mundo.
As medidas tomadas por Trump se tornam notícias internacionais quase diariamente, segundo a agência alemã DW. Apesar dos impactos nos EUA e no mundo, a DW fez um balanço sobre quais promessas de campanha, em novembro de 2024, o republicano já cumpriu nestes 100 dias.
Guerra na Ucrânia
Num evento em New Hampshire, em maio de 2023, Trump prometeu que, caso eleito, daria fim imediato à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Na época, ele chegou a afirmar que “basta uma ligação para Putin” e a guerra iria se encerrar. “Eles estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer. E vou conseguir isso, vou conseguir dentro de 24 horas.”
O governo republicano está tentando buscar uma solução para a guerra, mas sem o apoio dos aliados tradicionais dos EUA. Além disso, tem feito concessões que beneficiam a Rússia em vez da Ucrânia.
Já no primeiro telefonema oficial com o presidente russo, Vladimir Putin, Trump aceitou vários argumentos do Kremlin, mesmo sabendo que a Rússia é a agressora no conflito. A postura preocupa aliados e levantou dúvidas sobre o futuro do apoio americano à Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi chamado de “ingrato” por Trump e seu vice, JD Vance em uma visita à Casa Branca no final de fevereiro, protagonizando um “bate-boca” com Trump. Em consequência, o americano suspendeu o auxílio militar ao país invadido – embora já tenha sido retomado.
Política de imigração

Um dos principais temas durante a campanha, Trump anunciou em um evento em Nova York, em outubro de 2024, que iria lançar o maior programa de deportação da história dos EUA. Ele afirmou que iria “colocar esses criminosos perversos e sanguinários na cadeia, e chutar eles para fora do nosso país, o mais depressa possível.”
Desde a posse em janeiro, os EUA já expulsaram cerca de 11 mil pessoas consideradas imigrantes ilegais, segundo a agência. Segundo a emissora NBC News, Trump diminuiu o número dos que tentam atravessar a fronteira sul dos EUA com o México. Especialistas ouvidos pelo DW afirmam que o novo governo definitivamente dificultou a imigração.
Economia próspera
Trump prometeu que a economia americana prosperaria em seu governo. Um dos slogans era “make America affordable again” – tornar a América pagável novamente, em português. Segundo ele, os preços cairiam já no primeiro dia de sua presidência.
Alguns setores tiveram queda, como gasolina, passagens aéreas e hospedagens. A inflação geral também recuou. No entanto, os preços de alimentos e combustíveis ainda estão 2,8% mais altos em comparação com março de 2024, segundo a Associated Press.
Apesar disso, esse aumento é o menor em quatro anos, indicando uma certa estabilização após os picos inflacionários anteriores. O cenário econômico apresenta avanços em algumas áreas, mas ainda deixa parte dos consumidores sob pressão.
Novas Tarifas
Após ser eleito, Trump anunciou que daria fim à política de “fronteiras ridiculamente abertas” e ao déficit comercial americano. Em abril, o governo introduziu uma série de tarifas alfandegárias recíprocas sobre os produtos importados pelos EUA.
A mudança causou desgaste nas relações comerciais, principalmente com a China, que entrou em uma guerra tarifária com o país. Alguns produtos ficaram mais caros para os consumidores americanos, principalmente os que dependem de importações de insumos.