
Milhões de pessoas em Portugal, Espanha, França e Andorra foram afetadas por um apagão de grandes proporções nesta segunda-feira (28). A interrupção no fornecimento de energia causou transtornos em transportes públicos, telecomunicações, hospitais e serviços essenciais, paralisando parte das atividades em várias cidades europeias.
O blecaute começou por volta das 12h30, no horário local, e teve impacto imediato na circulação de trens, funcionamento de metrôs e no trânsito, já que semáforos também foram desligados.
Aeroportos enfrentaram atrasos e cancelamentos de voos, enquanto hospitais precisaram recorrer a geradores de emergência. Serviços de internet e telefonia móvel registraram instabilidades severas.
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As primeiras análises apontam que uma rara condição atmosférica pode ter sido um dos fatores que desencadearam a crise. Especialistas em sistemas elétricos trabalham com a hipótese de que oscilações anômalas nas linhas de alta tensão, provocadas por grandes variações de temperatura, tenham afetado a estabilidade da rede elétrica interconectada da Europa. Esse fenômeno, conhecido como vibração atmosférica induzida, altera o comportamento dos cabos condutores de energia e pode gerar falhas de sincronização entre os sistemas.
Apesar dessa possibilidade ter sido inicialmente levantada, as autoridades do setor elétrico informaram que a investigação ainda está em andamento e que não há uma confirmação oficial sobre a causa principal do apagão. A complexidade da rede europeia, altamente interligada, aumenta as chances de que uma falha localizada provoque um efeito dominó, como o que foi registrado nesta segunda-feira.
Além das oscilações atmosféricas, também é analisada a possibilidade de problemas estruturais. Há relatos de que linhas de alta tensão no sul da França podem ter sofrido interrupções, o que contribuiu para a propagação da falha. Outras hipóteses, como um incêndio na região e até a ação de ciberataques, também são alvo de apuração, mas até o momento, nenhuma evidência concreta foi apresentada para esses cenários.
Em Portugal, a situação foi particularmente crítica. A capital Lisboa viu a paralisação completa do metrô, além de interrupções em hospitais e problemas generalizados no trânsito. A rede móvel de dados também foi afetada, dificultando a comunicação durante as primeiras horas do apagão.
Na Espanha, serviços ferroviários foram suspensos em várias regiões, e o principal aeroporto de Madri operou com severas limitações. Algumas centrais nucleares do país foram desligadas automaticamente por protocolos de segurança, sem riscos adicionais para a população. No sul da França, especialmente na região do País Basco, cidades ficaram às escuras por períodos que variaram de alguns minutos a mais de uma hora.
A expectativa é de que a maioria dos sistemas seja restabelecida completamente nas próximas horas, mas equipes técnicas alertam que a normalização total pode levar dias em algumas áreas mais afetadas.