Papa Francisco é sepultado em Roma, em funeral com chefes de Estado e 250 mil pessoas

Após missa que lotou a praça de São Pedro com 250 mil pessoas, o papa Francisco foi sepultado na manhã deste sábado (26) na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. A cerimônia, que destacou as posições do pontífice argentino em defesa dos pobres e pelo fim das guerras, durou cerca de duas horas e foi acompanhada por chefes de Estado de todo o mundo. 

Entre os presentes estavam os presidentes da Ucrânia, Volodimir Zelensky; dos Estados Unidos, Donald Trump; da Argentina, Javier Milei; e da França, Emmanoel Macron. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi acompanhado da primeira-dama Janja da Silva, e dos representantes máximos do Legislativo e Judiciário brasileiro: os presidentes da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos), do Senado, Davi Acolumbre (União) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso. 

A homilia da missa foi conduzida pelo decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, que definiu o papa Francisco como “profundamente sensível aos desafios atuais” e alguém que “compartilhou verdadeiramente as angústias, os sofrimentos e as esperanças desta época de globalização”. 

Diante de Trump, Battista Re relembrou a frase de papa Francisco dita quando o estadunidense assumiu a presidência pela primeira vez, em 2017,  em contraposição à sua política anti-imigratória: é preciso “construir pontes, não muros”.

Papa Francisco é o primeiro pontífice no último século a ser sepultado fora do Vaticano, por desejo próprio. Antes dele, o mesmo foi feito com o papa Leão XIII, que morreu em 1903.

Depois da missa, cerca de 150 mil pessoas participaram do cortejo de 5,5 quilômetros até  a Basílica de Santa Maria Maior, passando por monumentos históricos de Roma, como o Coliseu. Outras tantas puderam acompanhar por telões, dispostos em diferentes pontos da cidade. 

“Diante das guerras devastadoras dos últimos anos, com seus horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o papa Francisco elevou incessantemente a voz implorando pela paz, apelando à razão e convidando à negociação honesta para encontrar soluções possíveis”, destacou o cardeal Battista Re. 

Rememorando o costume de papa Francisco terminar seus discursos com um “não se esqueçam de rezar por mim”, Battista Re completou: “agora pedimos que reze por nós”.

Próximos passos

Nove dias de luto global da Igreja se seguem ao funeral papal. Neste domingo (27) acontece outra missa na Praça de São Pedro, que será conduzida pelo  cardeal italiano Pietro Parolin.

Nos próximos dias, o Vaticano anunciará a data para o começo do conclave, que vai definir o próximo papa. O indicativo é que a cerimônia comece entre os dias 6 e 11 de maio.

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