O Ministério da Educação (MEC) oficializou, na quarta-feira (23), a criação do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). O objetivo principal é estabelecer um padrão nacional para avaliar a formação dos médicos e utilizar os resultados como critério de acesso a programas de residência médica.
A aplicação do exame será feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
A cerimônia de lançamento contou com a assinatura das portarias que instituem o Enamed e as diretrizes do Exame Nacional de Residência (Enare) pelos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Saúde, Alexandre Padilha.
LEIA TAMBÉM:
O ministro Camilo Santana enfatizou que o Enamed surge com o propósito de assegurar a excelência na formação dos médicos brasileiros. Para definir a estrutura ideal do exame, será formado um grupo de trabalho (GT) que reunirá representantes de conselhos, entidades de classe e instituições públicas.
O médico trata de vida. […] Nós queremos garantir a boa formação da qualidade dos nossos profissionais de saúde, dos nossos médicos, dos nossos enfermeiros. Eu não tenho dúvida de que, com o Enamed, nós estamos dando um passo importante para alcançar esse objetivo, declarou Santana.
Alexandre Padilha, ministro da Saúde, ressaltou a importância de formar especialistas com uma visão humanizada do paciente. Ele destacou que a avaliação proposta pelo MEC busca analisar a formação dos profissionais de saúde, identificando os melhores caminhos para atingir esse objetivo.
“Toda experiência internacional hoje aposta em duas questões fundamentais na formação médica: a avaliação deve focar o progresso do estudante, mas precisa ter um olhar sobre a instituição formadora”, afirmou Padilha.
Enamed quer aprimorar a educação médica
O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, classificou o lançamento do Enamed como um momento crucial para a avaliação da medicina e da educação médica no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele acredita que o exame anual proporcionará uma avaliação consistente e qualificada, orientando as futuras decisões na área.
“É fundamental a qualificação das informações, das análises que o Enamed proporcionará, inclusive para que as instâncias responsáveis pelo processo de regulação, tanto das instituições públicas como das instituições privadas, possam cumprir a tarefa de produzir uma formação médica segura e qualificada no nosso país”, pontuou Chioro.
O diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Tavares Teixeira, apresentou detalhes sobre a aplicação do Enamed.
A estimativa é que cerca de 42 mil estudantes concluintes de Medicina participem da avaliação, além de outros interessados em utilizar a nota para ingresso em programas de residência. Ao todo, 300 cursos de Medicina em 200 municípios brasileiros serão avaliados.
“A ideia é que a gente tenha uma avaliação sistêmica mais robusta desse exame junto com as outras avaliações dos outros processos previstos no âmbito do sistema de avaliação, que possa fornecer subsídios melhores com as políticas públicas de regulação, financiamento e indução da qualidade da educação superior no Brasil”, concluiu Teixeira.
