Diante de líderes mundiais, cardeal exalta pedidos de Francisco pela paz e ‘soluções possíveis’


Cardeal italiano Giovanni Battista Re rito conta com participação de brasileira. Está é a última cerimônia antes do sepultamento do pontífice. Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais, durante missa de funeral do papa Francisco
REUTERS/Yara Nardi
O cardeal italiano Giovanni Battista Re, durante a homilia da missa de funeral do papa Francisco neste sábado (26), exaltou o legado de Francisco.
Entre seus apontamentos, o decano do Colégio dos Cardeais destacou a posição contra guerras de Francisco.
“Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez”, disse durante a missa. ‘Porque a guerra – dizia ele – é apenas morte de pessoas e destruição de casas, hospitais e escolas’.
“A guerra deixa sempre o mundo pior do que estava: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos. ‘Construir pontes e não muros’ é uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como Sucessor do Apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões”, prosseguiu.
Homilias são pronunciamentos litúrgicos, realizados, conforme sua natureza, depois das leituras bíblicas (Liturgia da Palavra), nas celebrações dos sacramentos ou sacramentais.
Além disso, o decano celebrou o legado de defesa os mais pobres do papa. Citando que a Igreja de Francisco era “uma casa para todos”.
“Várias vezes utilizou a imagem da Igreja como um ‘hospital de campanha’ depois de uma batalha em que houve muitos feridos; uma Igreja desejosa de cuidar com determinação dos problemas das pessoas e das grandes angústias que dilaceram o mundo contemporâneo; uma Igreja capaz de se inclinar sobre cada homem, independentemente da sua fé ou condição, curando as suas feridas”.
Começo da missa do funeral do papa Francisco
Kai Pfaffenbach/Reuters
A missa de funeral – ou Missa das Exéquias – teve início neste sábado (26), por volta das 5h, pelo horário de Brasília – 10h, no horário local. A cerimônia conduzida pelo decano do Colégio dos Cardeais é a última antes do sepultamento do pontífice.
Francisco morreu na segunda-feira (21), aos 88 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) e de um quadro de insuficiência cardíaca.
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A celebração marca o primeiro dia do Novendiali (novenário), os nove dias de luto e orações em honra ao Pontífice falecido.
Cerca de 50 chefes de Estado acompanham a missa, incluindo o presidente Lula. Entre os nomes confirmados também estão o do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da Argentina, Javier Milei.
A primeira etapa da cerimônia consistiu no transporte do caixão já fechado para a praça, à frente do altar.
Veja o trajeto do cortejo fúnebre com o corpo do papa Francisco
Veja a seguir outros detalhes da programação:
A liturgia incluirá textos dos Atos dos Apóstolos, da Carta de São Paulo aos Filipenses e o Salmo 22 (23): “O Senhor é meu Pastor e nada me faltará”. No caso do salmo, os versos serão cantados por um membro do coral da Capela Sistina.
O Evangelho segundo João trará a passagem em que Jesus pergunta a Pedro três vezes se ele o ama e, em seguida, pede que o apóstolo apascente suas ovelhas.
Na homilia, Battista Re deve falar sobre a vida e os feitos de Francisco. Ele também pode mandar recados aos cardeais que participarão do conclave, sobre o perfil que a Igreja busca para o próximo pontífice.
Ao longo da celebração, os religiosos irão rezar pela alma e descanso do papa.
Por fim, terá início o rito Ultima Commendatio et Valedictio, que precede o sepultamento.
Em comunicado enviado à imprensa nesta sexta-feira (25), o Vaticano divulgou o mapa com a disposição dos membros do clero e dos convidados na Praça São Pedro. Confira no infográfico abaixo.
Durante a Oração Universal, também conhecida como Oração dos Fiéis ou Preces, a jornalista Bianca Fraccalvieri, que atua no serviço de imprensa do Vaticano, será responsável pelas leituras em português.
Toda a cerimônia contará com um forte esquema de segurança, com drones de vigilância, atiradores de elite, especialistas em desarmamento de bombas e outros especialistas. O espaço aéreo de Roma também deve ser temporariamente fechado.
Infográfico mostra como será a missa de funeral do papa Francisco
Gabs/g1
Sepultamento
Funeral do Papa Francisco vai ser mais simples do que os dos antecessores; entenda
Após o primeiro ato, por volta das 7h (12h, em Roma), o caixão do papa Francisco deixará o Vaticano em direção à Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em um trajeto de cerca de 4,4 km.
Durante a procissão, serão entoados cânticos e salmos.
Na chegada à basílica, serão feitas novas orações pela alma do papa. Esta etapa não será aberta ao público.
Sobre o caixão, serão colocados os selos do cardeal camerlengo, da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Escritório das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e do Capítulo Liberiano.
No momento do sepultamento, o celebrante irá aspergir o caixão com água benta.
O sepultamento deve ser concluído até as 9h (14h, em Roma).
Ainda no sábado, às 16h (21h, em Roma), será rezado o Rosário em frente à Basílica de Santa Maria Maggiore. O túmulo será aberto à visitação pública no domingo (27).
Cardeais em missa de funeral do papa Francisco
REUTERS/Nathan Howard
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