Além do ritmo: a importância das baterias nas escolas de samba

As baterias de escola de samba são um dos elementos mais importantes do desfile, sendo responsáveis por dar o ritmo e o andamento da apresentação. Saiba tudo sobre elas nesta galeria!
As baterias são formadas por uma grande variedade de instrumentos, que são tocados por ritmistas experientes.
A tradição das baterias de escola de samba é longa e rica. Elas surgiram no início do século 20, quando os blocos carnavalescos começaram a incorporar instrumentos de percussão em seus desfiles.
As primeiras baterias usavam como instrumento tamborins, latas de manteiga, cuícas e pandeiro.
Com o tempo, as baterias se tornaram cada vez mais complexas e sofisticadas, e hoje são um dos elementos mais importantes do carnaval.
Além de serem importantes para dar ritmo, as baterias de escola de samba influenciam nos outros quesitos técnicos do desfile de diversas maneiras.
São elas que podem ajudar a criar uma atmosfera animada e contagiante, o que ajuda a motivar as demais alas e atrair a atenção do público.
As baterias tornaram-se verdadeiras orquestras percussivas, compostas por instrumentos específicos que desempenham papéis distintos na formação do som característico das escolas de samba.
Confira os instrumentos mais comuns usados nas baterias de escola de samba:
Tambor-mor: É o instrumento de maior destaque na bateria, e é responsável por dar o ritmo básico do samba.
Caixa: Também conhecida como tarol, a caixa é um tambor pequeno e agudo que fornece o ritmo principal da bateria. É responsável por criar padrões rítmicos complexos e marcantes.
Surdo: Um dos instrumentos mais icônicos da bateria de escola de samba, o surdo é um tambor de dimensões variadas que produz diferentes notas.
Os surdos graves fornecem a base rítmica, enquanto os agudos adicionam nuances e complexidade ao som.
Cuíca: É um instrumento de percussão de origem africana, feito de um tambor cilíndrico com um aro de metal na parte superior. O som é produzido esfregando uma vareta de madeira ou de bambu no interior do tambor, produzindo um som áspero e sibilante.
Timbal: É um instrumento de percussão de mão, responsável por dar o ritmo dos refrões do samba.
Agogô: Instrumento de metal composto por duas campânulas, o agogô contribui para a sonoridade característica da bateria, fornecendo um brilho metálico ao conjunto.
Repique: Um tambor de altura média com som agudo, o repique desempenha um papel importante nas transições e variações rítmicas, além de ser usado para comunicação entre os membros da bateria.
Tamborim: Funciona como um pequeno tambor de mão. É utilizado para criar padrões rítmicos rápidos e marcantes, adicionando um elemento de destaque ao som da bateria.
Chocalho: Instrumento de percussão composto por pequenas cápsulas metálicas, o chocalho adiciona um componente de vibração ao som da bateria.
Pandeiro: é um instrumento de percussão de mão, e é responsável por dar o ritmo dos versos do samba.
A influência da bateria vai além do quesito de percussão. A marcação rítmica precisa e a intensidade controlada da bateria têm um impacto direto no andamento do desfile, influenciando a evolução da escola de samba na avenida.
Quanto mais rápido e forte a bateria toca, mais rápido os membros da escola geralmente desfilam. Isso está diretamente ligado à maneira como a escola evolui na avenida.
Nas escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, cada bateria tem em média entre 250 e 300 componentes.
Quando se avalia a bateria, deve-se levar em conta a consistência do ritmo em harmonia com o Samba-Enredo.
Também são levados em conta a combinação perfeita dos sons produzidos pelos diferentes instrumentos e a capacidade criativa e versátil da bateria.
No carnaval carioca, algumas escolas se destacam por estarem sempre conseguindo as melhores notas no quesito bateria. São elas: Unidos da Tijuca, Salgueiro, Portela, Beija-Flor e Mocidade Independente de Padre Miguel.
Um detalhe importante é que, até o início do século 20, as baterias das escolas de samba eram compostas apenas por homens, mas isso vem mudando radicalmente nos últimos anos.
Em 2023, por exemplo, as mulheres já representavam cerca de 40% dos ritmistas das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro.
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