
No episódio #70 do programa Money Report, transmitido pela BM&C News, três empresários de destaque compartilharam suas trajetórias e estratégias de sucesso.
Participaram da conversa Eduardo Simon, fundador da agência Galeria; Mica Rocha, influenciadora e fundadora da marca Micha; e Caio Melles, sócio da Timbro, uma das principais empresas brasileiras de comércio exterior.
Apesar de atuarem em áreas diferentes — publicidade, moda e logística internacional — os convidados trouxeram uma visão comum: a necessidade de adaptação constante às mudanças do mercado e de conexão genuína com o público e os clientes.
Eduardo Simon: marcas fortes nascem da escuta ativa e da cultura digital
Eduardo Simon abriu o programa relatando a construção de campanhas de grande impacto, como a adaptação da marca McDonald’s para “Méqui” no Brasil. Segundo ele, o projeto surgiu da observação das conversas nas redes sociais, onde consumidores já tratavam a marca de forma íntima.
“O McDonald’s percebeu que ser chamado de Méqui demonstrava uma relação emocional profunda com o brasileiro. Nosso papel foi traduzir isso em campanhas que participassem das conversas, e não apenas transmitissem mensagens“, explicou.
Simon também detalhou o processo de modernização do Itaú, durante a comemoração de seus 100 anos. O executivo revelou como o laranja se consolidou como elemento-chave da marca, além de ressaltar a importância de reposicionar os produtos para competir em um mercado cada vez mais digital.
“Hoje, o consumidor rejeita a comunicação tradicional e espera experiências de marca que pareçam naturais. A propaganda se transforma em conteúdo, em algo que o público quer consumir“, completou.
Mica Rocha: comunidade, emoção e velocidade como pilares da Micha
Mica Rocha compartilhou a criação e o crescimento da Micha, sua marca de acessórios. Ela destacou que a proximidade com sua audiência nas redes sociais foi fundamental para identificar uma oportunidade no mercado.
“A Micha nasceu de uma análise intuitiva, mas baseada na escuta da minha comunidade. As mulheres querem novidade constante, histórias reais e conexão emocional com as marcas que consomem“, explicou.
Mica também abordou a importância de trazer narrativas autênticas para os produtos. Recentemente, lançou uma coleção chamada “Afeto”, inspirada em memórias familiares.
“Mais do que seguir tendências, eu busco criar peças que contem histórias. O consumidor atual quer saber quem está por trás da marca, como ela nasceu e o que representa“, afirmou.
Sobre seu trabalho como influenciadora, Mica destacou que a experiência como empresária a fez valorizar ainda mais a importância da autenticidade nas parcerias publicitárias. “Recusar contratos que não fazem sentido com a minha verdade se tornou parte do meu compromisso de longo prazo com o público“, afirmou.
Caio Melles: logística internacional e soluções para o comércio exterior brasileiro
Responsável pela expansão da Timbro no cenário global, Caio Melles explicou como a empresa conseguiu crescer focando em setores estratégicos para o Brasil, como agronegócio e mineração.
“Nós nos especializamos no que o Brasil faz melhor: exportar commodities. E construímos uma rede de 12 escritórios no exterior para vender diretamente ao destino final“, relatou.
Melles enfatizou que, no comércio exterior, a principal “dor” dos clientes é a previsibilidade. “Burocracia, custos e prazos incertos são obstáculos históricos para quem importa ou exporta no Brasil. Nosso trabalho é simplificar o complexo, oferecendo gestão completa da cadeia“, explicou.
Entre os casos de sucesso, destacou a entrada da Timbro no mercado de veículos elétricos, criando soluções logísticas que aceleraram a nacionalização de carros importados da China, reduzindo o tempo de homologação de 12 meses para apenas dois meses.
Transformação do consumo e o papel dos influenciadores
A transformação do consumo, impulsionada pelas novas gerações e pela tecnologia, permeou toda a conversa.
Eduardo Simon destacou que a publicidade tradicional perdeu espaço para o conteúdo relevante. “Hoje, para se comunicar, as marcas precisam participar das conversas, não interrompê-las“, afirmou.
Mica Rocha acrescentou que, para os influenciadores, a construção de autoridade está cada vez mais baseada em autenticidade e transparência.
“Não é apenas sobre vender um produto. É sobre contar histórias que ressoem com a audiência e respeitem o vínculo construído“, disse.
O programa também refletiu sobre o impacto de plataformas como TikTok, que aceleraram a mudança de paradigma: o criador de conteúdo passa a ser o centro da comunicação entre marcas e consumidores.
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