Trechos de rio seguem com espuma um dia após vazamento de ácido tóxico em Joinville; FOTOS


Rio é afluente do Cubatão, que abastece 75% da população. Fechada na segunda-feira (29), a estação de tratamento da região foi reaberta pouco mais de 24 horas depois. Espuma no Rio Seco, em Joinville, nesta terça-feira (30)
Reginaldo de Castro/ NSC TV
Trechos do Rio Seco, afluente do Cubatão, rio que abastece 75% da população de Joinville, município mais populoso de Santa Catarina, seguem com espuma nesta terça-feira (30), um dia após o acidente que causou vazamento de ácido sulfônico no local (foto acima).
Conforme o Instituto do Meio Ambiente (IMA), a substância branca vem diminuindo gradativamente. Imagens mostram que, quanto mais próximo da Serra Dona Francisca, onde o caminhão que carregava o ácido corrosivo tombou, maior a quantidade de espuma.
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Fechada na segunda-feira (29), a estação de tratamento que abastece 75% da população de 613 mil habitantes foi reaberta na manhã desta terça, com previsão do fornecimento ser restabelecido a todos os moradores ainda durante o dia.
A água captada pelo Rio Cubatão passou por diversos testes durante a madrugada. Três coletas seguidas pela manhã atestaram que o líquido estava potável.
O prefeito Adriano Silva declarou em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV, que apesar do químico ter capacidade de intoxicação, houve a diluição na água e com a velocidade do Rio Cubatão, o produto foi dissipado e já passou pelo trecho onde está a estação de tratamento.
Espuma no Rio Seco, em Joinville, nesta terça-feira (30)
Reginaldo de Castro/ NSC TV
Conforme o diretor de Controle e Passivos Ambientais do IMA, Fábio Castagna da Silva, a dissipação completa da substância “não vai ser instantânea”.
“Ainda vai longo período de monitoramento para a gente entender o impacto desse produto no ecossistema local”, informa.
Espuma no Rio Seco, em Joinville, nesta terça-feira (30)
Reginaldo de Castro/ NSC TV
Danos ambientais
Segundo o IMA, a análise de um material coletado em raspagem no solo vai avaliar possíveis riscos ambientais causados pelo vazamento. Ainda não há informações sobre a extensão da contaminação.
Sheila Meirelles, presente do órgão, antecipa que é uma “preocupação bem grande” em relação à fauna.
“Teve uma mortandade de peixes, principalmente na área onde houve o acidente, porque a quantidade da substância foi muito grande no local”, informou.
Ácido sulfônico: saiba o que é e quais os riscos
O professor de engenharia sanitária e ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) explica que o ácido sulfônico é tóxico à vida aquática.
“Peixes, anfíbios, moluscos, organismos que vivem na água, vão sofrer porque essa substância altera as propriedades físico-químicas da água”, afirma.
Fiscalização ao longo do rio
Na manhã desta terça, guarnições da Polícia Militar Ambiental (PMA) com duas embarcações para a Baía da Babitonga, para verificarem o impacto do acidente. A baía é onde deságua o Rio Cubatão antes do contato com o mar.
“Até o momento, não foi identificado qualquer ponto na Baía com espuma, peixe e animais mortos ou qualquer vestígio material de que a substância tenha afetado de forma mais impactante o ambiente”, informou a PMA.
Acidente provocou contaminação de águas em Joinville
Arte/G1
Investigação
Segundo a Polícia Civil, que investiga as circunstâncias da ocorrência, o acidente pode ter sido causado por uma falha no freio do caminhão. O veículo que transportava ácido sulfônico na Serra da Dona Francisca e parte da carga caiu no rio que abastece o município.
O delegado Rafaello Ross explica que, além da perícia solicitada no caminhão, será feita uma análise no local do acidente para verificar a velocidade do veículo no momento do acidente.
A Polícia Civil também solicitou uma perícia ambiental para contabilizar a extensão do dano no meio ambiente.
“Pelo relato inicial da ocorrência, e até pela imagem que aparece no vídeo, foi uma falha mecânica no caminhão, possivelmente o sistema de freios. Então, aquilo fez com que o motorista perdesse o controle na decida e acabasse colidindo”, disse o investigador.
Assista ao vídeo do acidente que provocou vazamento de ácido em rio de Joinville
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