Acre tem a maior incidência de casos de malária em zona rural da região Norte, aponta boletim


Plano Nacional de Eliminação da Malária prevê eliminação da transmissão local da doença até 2035, e definiu metas para estados. Meta do Acre é de manter pouco mais de 15 mil casos, e número ficou em mais de 6 mil até 2022. Mosquitos Anopheles são os transmissores do protozoário causador da malária
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O estado do Acre conseguiu manter os casos de malária em 60% abaixo da meta para erradicação definida pelo Plano Nacional de Eliminação da Malária, do Ministério da Saúde. A informação consta em boletim epidemiológico publicado no dia 18 deste mês com números de 2022, e mostra que 6.140 casos foram confirmados naquele ano em todo o Acre. Com isso, o estado conseguiu se manter abaixo da meta estabelecida pelo plano, que é de 15.483.
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De acordo com o ministério, o plano é composto por quatro fases com marcos intermediários e traz como objetivo principal a eliminação da transmissão autóctone (local) da doença no país até 2035. São quatro marcos intermediários:
menos de 68 mil casos autóctones de malária até 2025
menos de 14 mil casos autóctones de malária até 2030
redução do número de óbitos por malária para zero até 2030
eliminação da transmissão da malária por P. falciparum (forma grave da doença) até 2030
“Considerando a meta global de casos de malária, dos nove estados da região amazônica, cinco alcançaram as metas, enquanto na região extra-amazônica, dos 18 estados, dez alcançaram as metas para o ano de 2022. Considerando a meta de casos de malária por P. falciparum, dos nove estados da região amazônica, apenas o Acre e o Amapá alcançaram as metas, enquanto na região extra-amazônica, dos 18 estados, 15 alcançaram as metas para o ano de 2022″, diz.
Transmissão por áreas
Ainda conforme o boletim, o Acre tem a maior incidência de casos na zona rural da região Norte, e a segunda entre estados da Amazônia, com 70,4%. No Norte, o estado supera Rondônia, que chegou a 52,3% dos casos na zona rural. Na Amazônia, o Acre é superado pelo Maranhão, que teve 76,1%.
Em seguida, o Acre tem 18,6% dos casos na zona urbana, 7,5% em assentamentos, e 3,5% em áreas indígenas.
Segundo o boletim, o Acre teve seis mortes causadas pela doença entre 2018 e 2022, sendo que a maioria – três mortes – aconteceu em 2021. Em 2022, foram duas mortes.
Redução em 2023
O Acre notificou mais de 3,5 mil casos positivos de malária nos primeiros oito meses de 2023. Os dados são do resumo epidemiológico divulgado, a pedido do g1, pelo Departamento de Vigilância em Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).
O número de casos positivos da doença vem caindo nos últimos anos no Acre. Segundo o levantamento da Saúde, entre janeiro e agosto de 2022 foram registrados 4.437 casos de malária em todo estado. Ou seja, em um ano, a redução foi de quase 20% nas notificações.
Segundo a Saúde, foi registrado um óbito por conta da malária, na cidade de Tarauacá, no interior do Acre. Em todo o ano de 2022 foram notificados dois óbitos em Cruzeiro do Sul.
Em Cruzeiro do Sul, os casos de malária aumentaram 9% em um ano. Segundo os dados, em 2022, de janeiro a agosto foram registrados 1.889 casos e no mesmo período este ano foram 2.061 casos. Já em Mâncio Lima, houve uma redução de 34% nos casos, saindo de 1.459 para 962 em um ano. Em Rodrigues Alves também teve uma queda de 60,4% nos casos da doença no mesmo período.
VÍDEOS: g1
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