Alunos recebem atividade punitiva de professor e passam mal em escola do ES

escola municipal Valdy Freitas, em Cachoeiro de Itapemirim
Escola municipal Valdy Freitas, onde os alunos passaram mal (Foto: Reprodução / Google Street View)

Alunos do 4º ano de uma escola municipal de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, passaram mal após serem obrigados pelo professor de Educação Física para darem 10 voltas na quadra da unidade de ensino. A mãe de um estudante informou que a atividade seria uma punição, porque as crianças não fizeram o dever de casa.

Em um vídeo obtido pela reportagem da TV Vitória, o aluno aparece chorando e se queixa de dor no peito. Ao ser questionado o motivo das dores, a criança, de 9 anos, explica que o professor colocou os estudantes para correr na quadra.

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Por videochamada, a mãe do estudante, que pediu para não ser identificada, relatou que o próprio professor chamou a atividade de “treino suicídio”. O caso aconteceu na terça-feira (22), na escola municipal Valdy Freitas, no bairro Paraíso.

“Nesse dia, eu recebi o vídeo, quando eu abri, percebi que ele estava em uma crise de ansiedade. Aí, fui assistir ao vídeo para entender o que estava acontecendo. Ele contou que foi a punição que o professor deu. Colocou aos alunos para correr e depois minha mãe me ligou e contou que as crianças estavam chorando. Tinha criança vomitando”, afirmou a mãe do aluno.

Segundo ela, o filho sofre de ansiedade e o termo utilizado pelo professor para nomear a atividade punitiva ativou um gatilho na criança.

“A gente trata dele já há 8 anos, que é o tempo em que ele perdeu o pai. O pai se suicidou, quando ele tinha 1 ano de idade. Então, essa palavra ‘suicídio’ é uma palavra muito forte e, ainda usada com punição, acabou ativando os gatilhos emocionais nele”, explicou ela.

Prefeitura diz que apura conduta de professor

Em nota, a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim informou que tomou conhecimento da atividade punitiva a qual os alunos teriam sido submetidos às 10h40, de terça-feira. A conduta do professor é apurada pela Secretaria Municipal de Educação.

“Assim que a denúncia chegou ao conhecimento da Secretaria, a situação foi imediatamente encaminhada à Gerência de Gestão Escolar (GGE), que solicitou à direção da unidade de ensino esclarecimentos formais sobre o ocorrido. Reforçamos que a Prefeitura não compactua com práticas pedagógicas punitivas e condena com veemência qualquer conduta que afronte a dignidade e o bem-estar dos estudantes”, disse a prefeitura.

Segundo a prefeitura, as medidas legais e administrativas cabíveis estão sendo adotadas, com a abertura de procedimento de apuração para apurar responsabilidades e, se constatada irregularidade, aplicar as sanções previstas.

“Ressaltamos que a conduta atribuída ao referido profissional não condiz com os princípios do Código dos Agentes Públicos Municipais nem com as diretrizes educacionais orientadas por esta Secretaria, que preza por um ambiente escolar saudável, inclusivo e pautado no respeito mútuo”.

*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record

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