O que significa quando uma pessoa sempre fica quieta para evitar conflitos, de acordo com a psicologia?

O que significa quando uma pessoa sempre fica quieta para evitar conflitos, de acordo com a psicologia?

Você já adiou uma conversa difícil com um colega de trabalho ou fingiu que tudo estava bem após uma discussão com um amigo? Esse comportamento é mais comum do que se imagina. Apesar de desagradáveis, os conflitos são parte inevitável das relações humanas. O problema surge quando o medo de enfrentá-los se torna tão intenso que prejudica a saúde emocional e até física.

Segundo o psicólogo Mario Arzuza, evitar conflitos não é simplesmente uma escolha, mas muitas vezes uma reação enraizada em experiências passadas. Pessoas que cresceram em ambientes onde brigas eram associadas a agressão ou rejeição, por exemplo, podem desenvolver um instinto de fuga. Para elas, qualquer discussão, por menor que seja, reacende memórias de instabilidade, fazendo com que a paz a qualquer custo pareça a única opção segura.

Mas não são apenas as histórias pessoais que explicam esse comportamento. O receio de magoar alguém, de ser mal interpretado ou até de perder o controle durante uma conversa difícil também alimenta a evitação. Quem busca aprovação constante ou teme críticas, por exemplo, prefere silenciar suas opiniões a correr o risco de desagradar. O resultado? Uma acumulação de frustrações que, com o tempo, pode se transformar em tensão muscular, dores de cabeça frequentes ou até distúrbios digestivos — sintomas físicos claros de estresse não resolvido.

Quem evita conflitos costuma adotar padrões parecidos: diz “sim” quando quer dizer “não”, ignora próprias necessidades para agradar os outros e se afasta de situações que exigem posicionamento. A curto prazo, isso até mantém a harmonia, mas a longo prazo, gera um efeito inverso. Relações superficiais, perda de autoconfiança e sensação de invisibilidade são consequências comuns. Como explica Arzuza, “a repetição desse comportamento reforça a ideia de que as próprias emoções não merecem espaço, o que mina a autoestima”.

A boa notícia é que é possível mudar esse padrão. O primeiro passo é reconhecer que conflitos, quando bem administrados, são oportunidades de fortalecer vínculos. Treinar a comunicação assertiva — ou seja, expressar pensamentos de forma clara, sem ataques ou passividade — é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Começar com situações simples, como discordar de uma escolha trivial em grupo, ajuda a ganhar confiança gradualmente.

Outra estratégia é aprender a lidar com o desconforto emocional. Técnicas como respiração profunda ou mindfulness podem reduzir a ansiedade no momento da discussão. Aceitar que uma conversa difícil não precisa terminar em drama também é essencial. Muitas vezes, o cenário catastrófico imaginado não passa de um reflexo do medo, não da realidade.

Para casos mais intensos, a terapia oferece ferramentas valiosas. Um profissional pode ajudar a identificar gatilhos, trabalhar traumas e praticar respostas mais equilibradas. O objetivo não é se tornar “conflituoso”, mas entender que enfrentar discussões de forma saudável é um ato de respeito consigo mesmo e com os outros.

Esse O que significa quando uma pessoa sempre fica quieta para evitar conflitos, de acordo com a psicologia? foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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