Violinista que tocou para a tia internada com câncer diz que não imaginava que seria o último gesto de carinho: ‘Ela estava ouvindo’


Monise Garcia estava internada havia 40 dias, em São José do Rio Preto (SP), e morreu no dia 26 de janeiro. Marlon Rodrigues Garcia, de 33 anos, disse que sabia que os hinos trariam paz e conforto para a tia. Marido contrata violinista para tocar para mulher com câncer em Rio Preto
O violinista que tocou para a tia, internada com câncer no cérebro e pulmão, no último dia de vida dela, em São José do Rio Preto (SP), contou que jamais imaginava que esse seria o seu último gesto de carinho para a mulher. Após ficar 40 dias hospitalizada, Monise Garcia, de 37 anos, morreu no dia 26 de janeiro.
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Engenheiro eletricista Marlon Rodrigues Garcia tocou para a tia no último dia de vida dela em Rio Preto (SP)
Marlon Rodrigues Garcia/Arquivo pessoal
Ao g1, o engenheiro eletricista Marlon Rodrigues Garcia, de 33 anos, disse que o marido de Monise pediu que ele tocasse dentro da sala onde ela estava internada. O pedido foi logo atendido pelo sobrinho, uma vez que sabia que os hinos trariam conforto e paz para a paciente.
“São letras e melodias dos hinos que ela cantava na igreja. Com certeza ela estava ouvindo, pois, sempre que oramos e tocamos com ela, ela deixava uma lágrima escorrer”, lembra o sobrinho.
Violinista tocou para tia internada com câncer no último dia de vida dela em Rio Preto
Marlon explica que Monise é irmã da mãe dele, Marcela Cristiane Rodrigues Garcia. Tanto ele quanto o marido da paciente, Adler Fonseca da Costa, tocaram na orquestra da igreja Congregação Cristã do Brasil desde jovens. Por isso, ele não costuma tocar instrumentos em outros locais além da igreja.
Dois dias antes, na sexta-feira, um grupo de voluntários-músicos também se apresentou para a paciente no hospital.
Monise Garcia ficou internada em Rio Preto (SP) após diagnóstico do câncer em estado paliativo
Adler Fonseca da Costa/Arquivo pessoal
O sobrinho comentou que a tia era apaixonada por música, que, segundo ele, é uma linguagem universal do amor, uma forma de comunicar sentimentos sem palavras. Apesar da dor, Marlon reflete que tocar para ela representou não apenas uma despedida, mas também agradecimento pelo apoio e incentivo.
“Ela era extremamente nova, muito guerreira, nunca reclamou da doença, nunca reclamou de dor, e sempre via a situação pelo lado positivo. Tenho certeza que minha tia ficou em paz e refrigerada por aqueles hinos”, reforça Marlon.
Monise ao lado do marido, Adler, enquanto recebia tratamento no hospital em Rio Preto (SP)
Adler Fonseca da Costa/Arquivo pessoal
Luta contra a doença
Adler, de 43 anos, contou que morava em Jales (SP) com a esposa, mas precisou vir para Rio Preto durante a internação dela. Conforme o empresário, Monise começou a sentir uma forte dor de cabeça em março de 2024. Após uma ressonância, os médicos constataram que a mulher estava com um tumor no cérebro, do tamanho de um limão.
Na ocasião, Monise foi submetida a uma cirurgia para retirada do tumor, de forma urgente. O câncer foi retirado, mas, após exames, os médicos identificaram que o tumor na cabeça era proveniente de outro órgão do corpo.
Monise Garcia, de 37 anos, morreu com câncer no cérebro e pulmão em Rio Preto (SP)
Adler Fonseca da Costa/Arquivo pessoal
Após investigações, Monise soube que o câncer começou no pulmão e estava em metástase. De acordo com o marido, a paciente tinha histórico da doença na família, sendo que a mãe, irmão e tios também foram diagnosticados.
Entretanto, por ser fisicamente ativa e não sentir outros sintomas, a mulher não desconfiava de que pudesse estar doente. Durante o tratamento, Monise fez pelo menos sete quimioterapias, que não foram suficientes para frear o avanço do tumor.
Monise Garcia estava com câncer no cérebro e no pulmão e foi internada em Rio Preto (SP)
Adler Fonseca da Costa/Arquivo pessoal
Com o lado direito do pulmão e do cérebro tomado pelo tumor (veja a foto acima, na qual a mancha branca é o câncer), Monise entrou em tratamento paliativo. Apesar de preparada, segundo Adler, a mulher mantinha o otimismo e acreditava que sairia do hospital andando.
“Ela estava sofrendo de dor, estava preparada para o que viria, mas acreditava que sairia dali andando. Eu não queria que ela sofresse tanto, então aceito como uma vitória para ela, porque ela tomava muito medicamento e não tirava a dor”, pontua o marido.
Adler e Monise têm dois filhos, um menino de sete anos e uma menina de 12
Adler Fonseca da Costa/Arquivo pessoal
Adler e Monise tiveram dois filhos: um menino de sete anos e uma menina de 12. De acordo com ele, a maior preocupação da mulher eram as crianças, que souberam do falecimento da mãe pela avó paterna.
“A família é grande e bem amorosa. Ela sabia que estava deixando os filhos em boas mãos. Sempre falava que amava que lembrassem dela sempre sorrindo, não do jeito que ela estava ficando”, finaliza Adler.
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