

Grupo que movimentou mais de R$ 100 milhões com tráfico é alvo de operação da polícia e receita federal nesta quinta-feira (24) – Foto: Reprodução/ND
A Receita e a Polícia Federal estão nas ruas de Itapema, Litoral Norte de Santa Catarina e Curitiba, capital do Paraná, na manhã desta quinta-feira (24), para desarticular uma organização criminosa focada na lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas.
A Operação Forlands, deflagrada na manhã desta quinta-feira, é um desdobramento da operação Follow the Money realizada em março de 2024 e mira um grupo que movimentou mais de R$ 100 milhões com tráfico.
De acordo com as investigações, os suspeitos compraram veículos de luxo e construíram prédios residenciais e comerciais no litoral catarinense para lavar o dinheiro do crime, utilizando laranjas – pessoas que emprestam nomes, documentos ou contas bancárias, para que os criminosos façam transações financeiras e atividades ilegais de forma dissimulada.
Veículos de luxo e valores do crime organizado foram apreendidos durante as buscas. Além disso, a Receita Federal estima recuperar mais de R$ 30 milhões decorrentes das fraudes tributárias cometidas.
Agentes da PF e Receita Federal estão nas ruas de Itapema e Curitiba na manhã desta quinta-feira (24) – Vídeo: Reprodução/ND
As investigações criminais e as apurações tributárias identificaram um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, responsável por adquirir veículos de luxo e caminhões com dinheiro do tráfico internacional de drogas e por investir na construção de edifícios no litoral catarinense, lavando o dinheiro do crime organizado e obtendo lucros.
São cumpridos sete mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em Itapema e Curitiba. Participam da operação 11 auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal, além de agentes da Polícia Federal.
Grupo aplicava lavagem de dinheiro altamente sofisticada
Veículos de luxo e caminhões foram adquiridos com dinheiro proveniente de crimes e colocados em nome de diversas pessoas e empresas ligadas ao esquema de lavagem de capitais, aumentando o patrimônio e dificultando o rastreamento.

Grupo realizava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas – Foto: Reprodução/ND
Em alguns casos, foram simuladas revendas por valores subfaturados para os traficantes investigados, concluindo o processo de lavagem do dinheiro do crime, com a incorporação dos bens ao patrimônio dos criminosos.
Além disso, empresas foram criadas para a construção de prédios residenciais e comerciais no litoral catarinense, com fortes indícios do uso de valores ilícitos para financiar as edificações. Conforme as investigações, as unidades são vendidas para terceiros ou transferidas para laranjas.
Desta forma, a organização criminosa, além de lavar o dinheiro proveniente das atividades criminosas, busca obter lucro e dar aparência de legalidade as atividades.
Grupo movimenta mais de R$ 100 milhões com tráfico, aponta polícia e receita federal
A operação visa interromper as práticas criminosas e descapitalizar a organização criminosa investigada. Durante o cumprimento dos mandados, a Receita Federal do Brasil também intimou os contribuintes envolvidos no esquema criminoso para o início das respectivas ações fiscais.

Auditores fiscais atuam para esmiuçar esquema criminoso – Foto: Reprodução/ND
O esquema de lavagem de dinheiro está em franco crescimento e movimentou mais de R$ 100 milhões em 2024. Há a estimativa que os lançamentos do crédito tributário superem R$ 30 milhões.
A Receita Federal tem papel fundamental no enfrentamento da lavagem de dinheiro do crime organizado. Atuando dentro das competências legais, o conhecimento e a experiência dos auditores-fiscais permitem identificar os diversos crimes tributários associados ao processo de lavagem de dinheiro.
As parcerias com a Polícia Federal e com outros órgãos de persecução penal viabilizam uma atuação com foco na segurança e justiça fiscal mais integrada e eficiente do Estado brasileiro. É especialmente importante a participação da Receita Federal em casos nos quais o crime organizado se infiltra na economia legal tentando dar aparência de legitimidade a suas operações.