
Com a morte do Papa Francisco, o mundo católico volta sua atenção para o processo que definirá o próximo líder da Igreja. A sucessão papal é conduzida por meio de um conclave, reunião fechada de cardeais eleitores, cujo objetivo é eleger o novo pontífice.
Antes do início do conclave, ocorre um período de luto e celebrações fúnebres. O corpo do papa é velado por dias na Basílica de São Pedro e, em seguida, sepultado conforme os protocolos definidos previamente — neste caso, Francisco expressou desejo de um funeral simples, com enterro na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Como funciona o conclave?
O conclave acontece na Capela Sistina, no Vaticano, sob rígidas normas de sigilo. Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar. Atualmente, são 135 os cardeais eleitores, representando 71 países.
O processo começa com uma missa chamada Pro Eligendo Papa, e os cardeais são então levados à Capela Sistina, onde permanecem isolados até que um novo papa seja escolhido. A eleição exige ao menos dois terços dos votos.
As votações são realizadas até quatro vezes por dia, e após cada votação, as cédulas são queimadas. Se ninguém for eleito, a fumaça preta sobe pela chaminé da Capela Sistina. Quando a fumaça branca aparece, é sinal de que o novo papa foi escolhido.
O cardeal eleito é questionado se aceita a eleição. Ao responder “aceito”, ele escolhe o nome com o qual será conhecido como papa.
Quem são os principais nomes cotados para suceder Francisco?
Com a maioria dos cardeais eleitores nomeados por Francisco, espera-se que seu sucessor dê continuidade às reformas iniciadas em seu pontificado. Ainda assim, há divergências internas entre alas mais conservadoras e progressistas, o que pode influenciar o resultado.
Entre os nomes mais cotados estão:
- Matteo Zuppi (Itália)
Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é próximo da Comunidade de Santo Egídio e conhecido por seu perfil pastoral, diálogo inter-religioso e atuação em processos de paz, como na Ucrânia. - Pietro Parolin (Itália)
Atual Secretário de Estado do Vaticano, é um dos homens mais poderosos da Cúria Romana. Com forte atuação diplomática, é considerado um perfil mais moderado e institucional. - Luis Antonio Tagle (Filipinas)
Prefeito do Dicastério para a Evangelização, Tagle é carismático, comunicador e alinhado às visões de Francisco. É visto como uma opção para reforçar a presença da Igreja na Ásia. - Jean-Marc Aveline (França)
Arcebispo de Marselha, defende o diálogo com o Islã e questões migratórias. Seu nome agrada setores que buscam uma Igreja mais comprometida com a inclusão e o combate à xenofobia. - Fridolin Ambongo (Congo)
Arcebispo de Kinshasa, representa o crescimento da Igreja na África. Forte defensor de causas sociais e ambientais, ganhou destaque por sua atuação durante crises políticas em seu país.
Um novo ciclo para a Igreja Católica
A escolha do novo papa será determinante para os rumos da Igreja nos próximos anos. Entre os desafios estão a continuidade das reformas iniciadas por Francisco, o enfrentamento de divisões internas e o papel da Igreja em um mundo cada vez mais polarizado.
A expectativa é de que o novo pontífice mantenha o foco em temas como justiça social, meio ambiente, combate aos abusos e diálogo com outras religiões. Ao mesmo tempo, cresce a pressão por maior abertura em questões como o papel das mulheres e a inclusão de comunidades historicamente marginalizadas.
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