Construção da rota bioceânica entre Chile e SC avança com apoio de Lula e Boric

Construção da ponte Bioceânica em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul

Mais de 60% da construção da ponte Bioceânica, que liga Mato Grosso do Sul ao Paraguai, já foi concluída – Foto: Divulgação/Semadesc/MS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe Gabriel Boric, presidente do Chile, nesta terça-feira (22) em Brasília. Um dos principais tópicos da visita é a Rota Biocêanica de Capricórnio, que pretende ligar portos brasileiros aos chilenos.

O Fórum Empresarial Brasil-Chile, na quarta-feira (23), contará com a presença de Boric, da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e do ministro da Economia do Chile, Nicolas Grau.

Segundo o governo federal, o dia será dedicado aos avanços da Rota Bioceânica de Capricórnio. O corredor rodoviário conecta os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), São Francisco do Sul e Itajaí (SC) aos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, no Chile.

As estradas saem do território brasileiro pelas cidades de Porto Murtinho (MS), Foz do Iguaçu (PR) e Dionísio Cerqueira (SC), convergindo para Salta e San Salvador de Jujuy, na Argentina, antes de cruzar a Cordilheira dos Andes no sentido dos portos chilenos.

Lula e Boric abordam Rota Bioceânica de Capricórnio em Fórum Empresarial Brasil-Chile

Em visita ao Brasil, Gabriel Boric discutirá avanços da Rota Bioceânica de Capricórnio com Lula  – Foto: Ricardo Stuckert/ PR/ Divulgação/ ND

“Será um momento fundamental porque fortalecerá os laços de confiança entre os setores público e privado dos dois países. Cada um está em uma ponta: o Chile diante do Pacífico e o Brasil diante do Atlântico. A rota bioceânica permitirá uma aproximação que trará mais empregos e mais renda para os dois países”, destaca Simone Tebet.

Entenda projeto de rota bioceânica entre Brasil e Chile

A Rota Bioceânica de Capricórnio é uma das cinco previstas no projeto de integração sul-americana, desenhadas pelo Ministério do Planejamento e Orçamento após consultar os 11 estados brasileiros que fazem fronteira com os países da América do Sul.

O planejamento inclui a Rota Bioceânica do Sul, que liga os portos de Imbituba (SC) e Rio Grande (RS) aos de Nueva Palmira e Montevidéu, no Uruguai, Buenos Aires, Rosário e Santa Fé, na Argentina, e San Antonio e Valparaíso, no Chile.

Ao conectar o oceano Atlântico ao Pacífico, as rotas bioceânicas facilitam as exportações e importações entre América do Sul e Ásia, com destaque para a China. O intuito do projeto é reduzir o tempo e o custo do transporte das mercadorias.

Confira o mapa completo das cinco rotas bioceânicas - Divulgação/MPO/ND

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Confira o mapa completo das cinco rotas bioceânicas – Divulgação/MPO/ND

Rota Bioceânica de Capricórnio promete reduzir em até 40% os custos para exportação de produtos brasileiros, paraguaios e argentinos para o mercado asiático - Divulgação/MPO/ND

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Rota Bioceânica de Capricórnio promete reduzir em até 40% os custos para exportação de produtos brasileiros, paraguaios e argentinos para o mercado asiático – Divulgação/MPO/ND

Rota Bioceânica do Sul inclui porto de Imbituba, em Santa Catarina - Divulgação/MPO/ND

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Rota Bioceânica do Sul inclui porto de Imbituba, em Santa Catarina – Divulgação/MPO/ND

O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) prevê 190 obras para os corredores de integração, entre 40 hidrovias, 35 aeroportos, 21 portos, 65 rodovias, 15 infovias, nove ferrovias e cinco linhões de energia.

Em Santa Catarina, o projeto reforça a necessidade da adequação da BR-282 até São Miguel do Oeste, a construção da ponte sobre o Rio Uruguai na BR-163 e a adaptação dos portos para a implementação da Rota Bioceânica de Capricórnio.

Segundo o governo federal, as obras já estão em andamento e a previsão do é de que as duas rotas bioceânicas da região Sul sejam concluídas em 2026. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) destinou US$ 3 bilhões (mais de R$ 17 bilhões) ao projeto.

Outros US$ 7 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) foram disponibilizados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) e Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata) para financiar obras de infraestrutura em outros países latino-americanos.

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