“Governo não conseguirá ajustar gastos em 2026” avalia economista

O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, afirmou que o governo dificilmente conseguirá promover um ajuste fiscal relevante em 2026, ano de eleições. Em entrevista ao programa BM&C News, Vale destacou que o cenário de gastos elevados, regras fiscais frágeis e alta carga de juros cria um ambiente de difícil gestão para as contas públicas.

“Pensar em fazer um grande ajuste de gastos no ano que vem é impensável”, disse. Segundo ele, mesmo com o arcabouço fiscal impondo limites, o governo vem adotando medidas microeconômicas que buscam manter a atividade econômica aquecida — mas com efeitos colaterais sobre a inflação e o custo da dívida pública.

Gastos do governo pressionam inflação e juros

Sérgio Vale aponta que as medidas adotadas para estimular a economia em pleno ciclo de alta de preços têm efeito inflacionário. Como resultado, o Banco Central é obrigado a manter a taxa de juros em patamar elevado por mais tempo. “O governo, em vez de desacelerar a economia para ajudar a inflação, está estimulando ainda mais o crescimento”, explicou.

Esse movimento, segundo ele, encarece a dívida pública e compromete a sustentabilidade das finanças do país. “Essa equação não fecha. Vamos chegar em 2026 com pressão de gastos, dívida mais cara e juros ainda altos”, alertou.

Reorganização fiscal será inevitável a partir de 2027

Para o economista, será necessário reavaliar o modelo fiscal a partir de 2027, quando o novo governo poderá propor mudanças estruturais. “A política monetária estará muito atrelada à capacidade do país de fazer uma política fiscal adequada ou não”, disse.

A avaliação é que o atual arcabouço, mesmo com suas limitações, impõe travas que não serão suficientes para conter os desequilíbrios diante do ambiente político e econômico que se desenha. Por isso, Vale defende uma reorganização mais ampla e realista das regras fiscais no próximo ciclo de governo.

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