Viúva de Chorão fala em desgaste e desrespeito em briga judicial com filho do cantor


Graziela Gonçalves falou com exclusividade ao g1 sobre os processos contra Alexandre Lima Abrão, filho de Chorão. Viúva de Chorão processou Alexandre Lima Abrão, filho do cantor
João Sal/Folhapress e Reprodução
Graziela Gonçalves, a viúva de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, falou com exclusividade sobre as disputas judiciais com Alexandre Lima Abrão, filho do cantor. Ao g1, nesta terça-feira (30), disse esperar que a outra parte respeite os direitos dela como herdeira. “Quem sabe, no futuro, consigamos ter uma relação cordial”, afirmou.
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Dois processos entre Graziela e o filho de Chorão correm separadamente na Justiça (entenda as disputas judiciais mais abaixo). Ela possui 45% dos direitos de imagens e produtos, incluindo marcas, referentes ao cantor e à banda. Alexandre, por sua vez, tem 55% desses direitos.
Ao g1, Graziela revelou o ‘desfecho’ esperado nas disputas judiciais com o filho de Chorão. Segundo ela, a “relação cordial” com o enteado ajudará nas decisões em conjunto que terão de tomar com as imagens e os produtos do cantor e da banda.
“[Espero] que a outra parte passe a respeitar os meus direitos e, uma vez isso ocorrendo, teremos paz para, quem sabe, no futuro, consigamos ter uma relação cordial, porque além do elo emocional, muitos coisas que envolvem a imagem e produtos do Chorão e do Charlie Brown Jr. dependem dessa harmonia”, disse ela.
‘Lutar pelo que é meu’
O título de uma das canções mais famosas da banda Charlie Brown Jr. também pode ser usado para resumir a crença de Graziela nos dois processos contra o enteado.
‘Musa inspiradora’ de parte da obra de Chorão, ela contou que se fortalece nas músicas deixadas pelo cantor para seguir em busca dos próprios direitos junto à Justiça.
“Depois de passar quase 20 anos ao lado do Alexandre, dentre os quais 10 como esposa, saber que existe uma parte linda da obra do Alexandre dedicada à mim me faz ter muito mais força pra lutar pelos meus direitos”, resumiu ela.
Viúva e filho de Chorão entram em disputa judicial por marca ‘Charlie Brown Jr’
Reprodução
Luto e Justiça
Mais de uma década após a morte de Chorão, Graziela disse acreditar que o luto faz parte de todos que perderam uma pessoa amada.
“O luto é algo que faz parte da vida de todas as pessoas que perderam alguém amado, esta presente no dia-a-dia e, com o tempo, aprendemos a lidar com ele com mais leveza, mas o luto não é a questão aqui”, complementou ela.
Em meio a isso, ela ressaltou o pedido de respeito para o filho do cantor perante os direitos dela como herdeira.
“A disputa judicial, essa sim, causa muitos aborrecimentos e desgastes que poderiam ser evitados se a outra parte respeitasse as decisões judiciais que corroboraram meus direitos em relação ao espolio do Alexandre após sua morte”, finalizou.
O primeiro processo
A primeira ação corre na Justiça desde 2022. Segundo a defesa de Graziela, Alexandre fechou aproximadamente 20 contratos com empresas sem prestar contas à ela.
De acordo com os advogados da viúva, Maurício Guimarães Cury e Rafael Barros Almeida, do escritório Cury e Moure Simão Advogados, ela ainda não recebeu as receitas desses contratos fechados por Alexandre.
Em outubro de 2022, o juiz Felipe Poyares Miranda, da 16ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo, determinou que Alexandre prestasse contas desses negócios à Graziela.
Vocalista do Charlie Brown Junior, Chorão, morreu há exatamente dez anos
Em seguida, uma perita foi nomeada para fazer o laudo pericial contábil, ou seja, analisar todos os valores recebidos por Alexandre nos contratos com empresas sem a participação de Graziela. O advogado Maurício Cury, que a representa, acrescentou que o processo está em fase de perícia contábil e, no momento, aguarda a entrega do laudo.
O g1 entrou em contato com a defesa de Alexandre Lima Abrão, em busca de um posicionamento sobre o caso, mas não obteve um retorno até a última atualização desta reportagem.
O segundo processo
A segunda ação também corre na Justiça desde o ano passado. Neste caso, Graziela alega que Alexandre ignorou os direitos dela como herdeira ao registrar sozinho a marca da banda no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Ao g1, o advogado Maurício Cury, que representa Graziela, relatou que houve uma tentativa de resolver o assunto de forma amigável, mas Alexandre se negou a fazer a transferência desses direitos.
Chorão (centro) e sua mulher (à época), a estilista Graziela Gonçalves, durante festa de aniversário do apresentador Marcos Mion (esq.) em uma boate de São Paulo em setembro de 2007. O casal se separou no ano passado
João Sal/Folhapress
No processo, obtido pela equipe de reportagem, o advogado Reginaldo Ferreira Lima, que representa o filho de Chorão, afirmou que Graziela distorceu os fatos e agiu de “má fé”.
O g1 entrou novamente em contato com a defesa de Alexandre Lima Abrão, mas também não obteve um retorno.
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Morte de Chorão
O cantor Alexandre Magno Abrão, o Chorão, da banda Charlie Brown Jr, foi encontrado morto em um apartamento na Zona Oeste de São Paulo, no dia 6 de março de 2013. Ele tinha 42 anos.
Chorão em imagem do documentário ‘Marginal alado’
Divulgação
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