Fé, silêncio e emoção marcam a Procissão do Senhor Morto em Feira de Santana

Procissão do Senhor Morto
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Na tarde desta Sexta-feira da Paixão, 18 de abril, a cidade de Feira de Santana foi tomada por um clima de profunda espiritualidade e reflexão com a tradicional Procissão do Senhor Morto. O cortejo religioso, um dos momentos mais solenes da Semana Santa, teve início na Catedral de Senhora Sant’Ana e percorreu diversas ruas da cidade, reunindo fiéis em oração e silêncio em memória da morte de Jesus Cristo.

Procissão do Senhor Morto
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A celebração, que simboliza o sepultamento de Cristo, contou com a participação do pároco da Catedral, Pe. Paulo Tarso, do vigário, Pe. Julivaldo Ferreira, e do arcebispo Dom Zanoni Demettino Castro.

Procissão do Senhor Morto
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Após a Celebração da Paixão na Catedral, os fiéis saíram em procissão com as imagens do Senhor Morto e de Nossa Senhora da Dores.

Ao Acorda Cidade, o reitor do Santuário Senhor dos Passos, Pe. Júlio César da Bárbara destacou a reflexão que se deve ter neste dia.

Padre Júlio Santa Bárbara
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Hoje é um dia de silêncio, de oração e de meditação sobre a morte de Cristo. É um momento de atualização desse grande acontecimento que mudou a história da humanidade. Jesus morreu por amor, para nos tornar melhores e nos aproximar ainda mais de Deus”, afirmou.

Procissão do Senhor Morto
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Um dos destaques do cortejo foi o tradicional Canto da Verônica, entoado por uma jovem trajada de roxo que carrega a imagem do rosto de Cristo. A representação faz alusão à figura bíblica de Verônica, mulher que teria enxugado o rosto de Jesus durante o caminho para o Calvário. A imagem teria ficado impressa no tecido, o que simboliza a face da compaixão e do consolo em meio ao sofrimento.

O farmacêutico e bioquímico Antônio Mário Lima Leal, integrante ativo da comunidade da Catedral, destacou o significado espiritual da Sexta-feira Santa.

Procissão do Senhor Morto
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“É a essência da entrega de Jesus por toda a humanidade — passada, presente e futura. Ele se entregou, mesmo sendo Deus, para a remissão total dos pecados. Essa é a beleza da fé cristã: a morte de cruz que destrói o pecado e anuncia a vida nova com a ressurreição no domingo de Páscoa”, explicou.

Procissão do Senhor Morto
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Ao Acorda Cidade, Antônio Mário também relembrou que a Sexta-feira Santa não é celebrada com uma missa, mas com uma cerimônia especial: a Celebração da Paixão do Senhor.

Procissão do Senhor Morto
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“É o único dia do ano litúrgico em que não se celebra a missa. É um dia de luto, em que a Igreja reflete sobre a dor de Cristo, desde as profecias do Antigo Testamento até sua condenação injusta e morte na cruz.”

Para os fiéis, a Procissão do Senhor Morto não é apenas uma tradição religiosa, mas um convite à introspecção e à renovação da fé. Através da caminhada, da oração e dos símbolos litúrgicos, a comunidade cristã revive os últimos passos de Jesus com reverência, esperança e a certeza de que, no domingo, a vida vencerá a morte.

“Aleluia, Cristo ressuscitou!”, antecipou, emocionado, Antônio Mário. “A Páscoa está próxima, e com ela, a certeza de que a luz triunfa sobre as trevas.”

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e Youtube e grupo de Telegram.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.