
Corpos em avançado estado de carbonização foram encontrados dentro de um automóvel em janeiro de 2023. Três das nove pessoas denunciadas pelo MPSC foram condenadas. Carro onde os corpos foram carbonizados sendo levado até a delegacia em Joinville
Walter Quevedo/NSC TV
Três pessoas envolvidas na chacina que terminou com a morte de sete pessoas em Joinville, no Norte de Santa Catarina, foram condenadas a penas que, somadas, passam de 350 anos de prisão, segundo informou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) nesta quinta-feira (17).
Três das nove pessoas denunciadas pelo órgão foram sentenciadas na sessão, que terminou na noite de quarta (16). Presos preventivamente durante todo o processo, eles tiveram o direito de recorrer em liberdade negado.
Um quarto acusado foi absolvido pelo Conselho de Sentença. Os outros cinco réus serão julgados em julho.
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As vítimas, segundo a promotora Júlia Wendhausen Cavallazzi, eram trabalhadores que vieram do Paraná.
“A sociedade Joinville deu uma resposta à altura da brutalidade dos crimes cometidos. Espero que essa resposta dê algum conforto aos familiares e as vítimas sobreviventes”, disse.
Além de homicídio e tentativa de homicídio, os homens foram condenados por sequestro, cárcere privado, participação em organização criminosa, dano qualificado de automóvel e ocultação de cadáver.
Foram aplicadas as seguintes penas:
Charles Willian Rodrigues Delfes: 87 anos, seis meses e três dias de reclusão em regime fechado;
Jackson José da Silva: 127 anos e 14 dias de reclusão em regime fechado, 10 meses e 22 dias de detenção, além de 120 dias-multa, equivalente a R$ 5.280;
Márcio Delfino da Rosa: 137 anos, três meses e 18 dias de reclusão em regime fechado e um ano de detenção e 124 dias-multa (R$ 5.456).
A advogada Luana Karina Gorisch, que faz a defesa de Jackson, informou que irá recorrer da sentença alegando inocência.
O defensor de Charles, Juan Felipe Berti, disse que vai analisar o conteúdo da sentença, a fim de avaliar a necessidade e viabilidade de recurso ao Tribunal de Justiça. “Charles nega sua participação no crime, portanto a defesa trabalha com a tese de negativa de autoria e ausência de prova suficiente para condenação”, comenta.
A reportagem busca contato com as demais defesas.
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Corpo de sétima vítima foi encontrado depois
Denúncia
O crime aconteceu em 8 de janeiro de 2023. Inicialmente, foram localizados seis corpos, mas durante a investigação uma sétima vítima foi encontrada. A investigação teria ligação com conflito entre organizações criminosas.
Segundo o MP, a denúncia detalha que os seis corpos em avançado estado de carbonização foram encontrados dentro de um automóvel na Estrada Serrinha, bairro Vila Nova.
No dia anterior, uma das vítimas que depois foi morta foi até um bar, onde teria se desentendido com uma das denunciadas, integrante de facção criminosa. Ela fez um gesto com a mão, dando a entender que pertencia à facção criminosa rival. Porém, as vítimas não pertencem a nenhum grupo criminoso.
Depois, o homem voltou à casa em que vivia com os demais colegas para se esconder dela. Os réus invadiram o imóvel e abordaram todos os 10 moradores.
Os criminosos impediram que eles saíssem sem autorização. O trabalhador que ofendeu a mulher foi morto e colocado dentro do porta-malas de um carro. As demais vítimas foram amarradas e colocadas em três automóveis.
No caminho, porém, um dos carros estragou, o que possibilitou que os três trabalhadores que estavam no veículo pudessem escapar. As demais vítimas foram mortas a tiros. Depois, os réus colocaram fogo nos carros.
Quem são as vítimas
As vítimas estavam em Joinville a trabalho, onde viviam em um alojamento. Elas eram naturais de Palmas e Cruz Machado, no Paraná, e foram identificadas como:
Daniel Marcolino de Lima, 19 anos
Rivair Amaral Ribeiro, 23 anos
Bruno dos Santos Sales, 24 anos
Ivonei Wendler dos Santos, 26 anos
João Mário do Amaral, 28 anos
Daniel Marcolino de Lima, 19 anos
Marcos da Silva Machado, 30 anos
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