Vazamento de ácido em rio deixa 75% dos moradores sem água em Joinville e causa corrida aos mercados


Estação de Tratamento Cubatão foi fechada. Prefeitura decretou situação de emergência na cidade mais populosa de Santa Catarina. Caminhão tomba, pega fogo, interdita serra e produto químico vaza em rio de SC
Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, registra 75% da cidade sem abastecimento de água após um vazamento de ácido sulfônico no Rio Seco, ocorrido na manhã desta segunda-feira (29). A substância que formou uma espuma branca ao longo do leito é considerada tóxica.
O vazamento ocorreu após um caminhão que carregava ácido sulfônico tombar e pegar fogo por volta das 7h na SC-418, na Serra Dona Francisca, em Joinville. O produto escorreu e chegou até o afluente do Rio Seco, que deságua no Rio Cubatão, formando uma espuma branca.
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Considerado tóxico, o ácido sulfônico é usado para produzir detergentes líquidos, desengraxantes, multiusos, dentre outros. Conforme a Defesa Civil, ele pode provocar irritação nas vias respiratórias, queimaduras e lesões oculares.
Por causa do incidente, o abastecimento na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cubatão, que atende 34 bairros, foi fechado. Essa estação abastece 75% da cidade.
Às 18h18 desta segunda, a Polícia Militar informou SC-418, rodovia onde houve o vazamento, foi totalmente interditada para a retirada dos galões que seguem no local e do caminhão. Não há previsão de liberação da via.
O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) disse que as equipes avaliam os impactos do meio ambiente no local, verificando a extensão do dano. Conforme o órgão, o objetivo é “levantar todo o panorama, e, posteriormente, cobrar e fiscalizar a reparação ambiental na área atingida”.
Técnicos da Companhia Águas de Joinville realizam análises constantes para garantir que não há resquícios do produto químico. A empresa constatou que os níveis dos reservatórios estão baixando rapidamente.
Corrida no mercado
Moradores de Joinville fazem fila em supermercado para comprar água
Com o desabastecimento de água, os moradores de Joinville correram para os mercados para comprar o produto em galões. Os estabelecimentos registraram tumulto, longas filas e falta de garrafas de água desde o início da tarde desta segunda.
Ao menos quatro mercados da região central do município ficaram sem garrafas de água para vender já no início da tarde. Imagens mostram pessoas nas filas dos caixas, com carrinhos de compra lotados de garrafas, além de prateleiras vazias (veja abaixo).
Com ETA fechada, mercadores registraram muito movimento nesta segunda-feira
Redes sociais/ Reprodução
O g1 SC buscou contato com a Associação Catarinense de Supermercados (Acats), que informou que a reposição depende do “estabelecimento e estoque de cada um”.
Investigação
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do derramamento. Segundo a delegada Tânia Harada, o local já foi periciado e a empresa responsável pelo transporte, identificada.
A delegada informou que pedirá perícia também do caminhão. Eventuais irregularidades no transporte da carga serão apuradas.
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