Projeto Semear, sobre sementes crioulas, tem vagas para pessoas com deficiência em Mampituba (RS)

O Projeto Semear – Arte Multidisciplinar está com inscrições abertas e também oferece vagas para Pessoas com Deficiência para a edição de 2025, em Mampituba (RS). O programa tem como objetivo reforçar a importância da arte no âmbito educacional, unindo histórias de duas guardiãs de sementes da região. São oferecidas vivências com oficinas artísticas, teóricas e práticas. Serão 15 atividades com o objetivo de que o grupo de oficinandos seja multiplicador na valorização de sementes crioulas, unindo diferentes segmentos das artes e da educação, com possibilidade da criação de um grupo de teatro para futuros projetos.

Cada atividade contará com uma roda de conversa buscando a participação dos integrantes para possíveis melhorias e adaptações do projeto. Estão previstos seis encontros com aulas de teatro, uma roda de conversa com guardiãs de sementes, visita ao Quilombo São Roque (Arroio do Meio/RS), duas palestras virtuais, uma palestra presencial com pessoa cega da área da música, uma aula de desenho, uma aula de palhaçaria, uma aula para confecção de pinda chinesa, um encontro sobre Acessibilidade Atitudinal e Comunicacional e um dia de encerramento do projeto.

Contemplado pela Lei Paulo Gustavo o Projeto Semear-Arte Multidisciplinar teve abertura realizada no último dia 27 de março com o plantio simbólico de sementes crioulas e contou com a participação das duas guardiãs de sementes da região, Maria Aparecida da Silva e Lorena de Jesus, e da indígena mestra cacica Iracema Gãh Té (Porto Alegre), na Escola Municipal de Educação Fundamental Demétrio A. Fogaça, em Mampituba (RS).

Coordenado pela atriz, bonequeira e produtora cultural Elaine Regina, que é a proponente do projeto, o Semear – Arte Multidisciplinar reúne diferentes linguagens como o teatro, a música, as artes visuais e a poesia. O desenvolvimento das atividades será registrado através de fotografia e vídeo, cujos resultados vão incluir tanto os trabalhos feitos nas próprias oficinas como na de desenho, ministrada por Jorge Herrmann. O material produzido será conteúdo de exposição que será exibida no encerramento do projeto.

“Sabemos que a natureza precisa ser revista e nós passarmos o que sabemos, o que veio dos nossos pais e avós. O projeto está cumprindo um grande papel porque precisamos passar para os nossos netos esse conhecimento e se conseguirmos transmiti-lo para uma única pessoa, já será uma grande vitória”, afirma a guardiã de sementes Lorena de Jesus.

A professora Delvana Hoffmann Selau Pignatel explica que educação e arte andam no mesmo caminho. Para ela, a arte ajuda a desenvolver a criatividade, a percepção, o pensamento crítico e a imaginação, ainda desenvolvendo foco e concentração. Consequentemente melhorando na educação e no desenvolvimento da aprendizagem. “Nos entendemos como seres ativos de uma sociedade, que tem uma cultura preexistente, assim fazendo parte e construindo de forma saudável. Queremos nos expressar e promover conhecimento para as novas gerações”, ressalta Delvana.

O multiartista Jorge Herrmann considera que o projeto Semear tem um simbolismo próprio e que a ideia da semente como eixo de oficinas voltadas a uma comunidade escolar rural em um pequeno município no extremo nordeste do RS já quase fala por si. “A cultura é em si mesma um semear constante, do qual podem emergir visões de mundo renovadas, capazes de ressignificar realidades locais. Iniciativas assim ampliam os horizontes de quem, talvez sem nem mesmo perceber, já é repositário de saberes, memória e expressão própria”, conclui.

A programação completa e demais informações podem ser acessadas aqui.

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