Três notebooks, 11 computadores e quatro celulares foram apreendidos pela PF em endereços ligados a Carlos Bolsonaro

Vereador foi alvo de busca e apreensão nesta segunda-feira (29) em investigação sobre suposto uso ilegal da Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o ministro do STF Alexandre de Moraes, há indícios de que espionagem ilegal foi usada para ‘fiscalizar investigações’. A operação da Polícia Federal (PF) que investiga o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apreendeu três notebooks, 11 computadores e quatro celulares em endereços ligados ao vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) nesta segunda (29).
De acordo com fontes ligadas à investigação, na casa em que o vereador estava nesta segunda-feira em Angra dos Reis, foram apreendidos um celular e três notebooks.
Saiba quais foram os itens apreendidos:
Casa de Angra dos Reis: um celular e três notebooks;
Casa na Barra da Tijuca, no Rio: um computador, dois celulares antigos, dez pendrives, uma caneta espiã, agenda com anotações diversas;
Comitê do vereador na cidade do Rio: diversos documentos, documentos de empresas, um computador, diversas mídias.
Câmara dos vereadores do Rio: nove computadores no gabinete; um celular, documentos em geral.
Tudo o que foi apreendido pela PF foi lacrado e será enviado para a equipe que conduz as investigações em Brasília.
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Carlos Bolsonaro é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi alvo de uma nova fase da investigação da PF no caso da “Abin paralela”. A suspeita é de que assessores do vereador, que também são alvo da operação, pediam informações para o ex-diretor da Abin e hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro Alexandre Ramagem. Ramagem é próximo da família Bolsonaro.
Foram autorizadas buscas na residência de Carlos Bolsonaro e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Também há mandados cumpridos em Angra dos Reis, onde os Bolsonaro têm uma casa, Brasília, Formosa (GO) e Salvador.
Carlos Bolsonaro deve ser convidado a depor ainda nesta segunda-feira, mas como é investigado por envolvimento em organização criminosa, tem o direito de depor em até três dias.
Abin paralela
A operação desta segunda (29) é uma continuidade da ocorrida na quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, foi alvo de buscas. Na ocasião, foram apreendidos com eles 6 celulares e 2 notebooks – inclusive um pertencente à Abin.
Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares. Segundo a decisão, Ramagem usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os alvos estavam autoridades e desafetos, como o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia –nesta segunda (29), o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ao blog que iria pedir ao STF a lista de parlamentares que foram monitorados pela Abin – e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias (inclusive Adriano da Nóbrega e homenageado por Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente) e as mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O monitoramento também teve como objetivo, segundo a decisão de Moares, favorecer Jair Renan e Flávio em investigações das quais eram alvos. Em entrevista, Flávio negou qualquer favorecimento.
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