Aumento da temperatura global pode acabar com 1 em cada 4 espécies de animais e plantas no Brasil, aponta pesquisa


De acordo com a pesquisa da UFRJ, 90% delas sofrerão impactos negativos por causa da crise climática e 25% podem desaparecer. Pesquisa da UFRJ conclui que o aumento da temperatura global pode acabar com espécies
Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro concluiu que o aumento da temperatura global pode acabar com uma em cada quatro espécies de animais e plantas no Brasil.
A crise climática é uma das causas da inflação dos alimentos, das tempestades cada vez mais violentas que atingem as cidades e dos impactos das ondas de calor sobre a saúde humana. Mas também castiga os animais e as plantas.
Um estudo inédito de pesquisadores da UFRJ mapeou as consequências do aquecimento global sobre a nossa biodiversidade. Eles reuniram mais de 20 mil projeções de cenários com temperaturas em elevação feitas por cientistas brasileiros. O resultado é preocupante. O mapeamento alcança mais de 7,5 mil espécies animais e vegetais do Brasil. De acordo com a pesquisa, 90% delas sofrerão impactos negativos por causa da crise climática e 25% podem desaparecer.
“O espaço onde essas espécies conseguem ocorrer, onde elas estão associadas com o clima, essa área vai ser reduzida. Então, essas espécies vão ter menos espaços onde elas conseguem sobreviver, se reproduzir e permanecer no futuro”, afirma Artur Malecha, pesquisador-chefe/ doutorando em ecologia UFRJ.
Aumento da temperatura global pode acabar com 1 em cada 4 espécies de animais e plantas no Brasil, aponta pesquisa
Jornal Nacional/ Reprodução
Eleva-se a pressão sobre espécies já ameaçadas como o pau-brasil e a araucária. O mesmo vale para o mico-leão-dourado e o tucano-do-bico-verde.
“O que acontece é que, atualmente, por exemplo, em diversos biomas do Brasil, a gente tem paisagens muito degradadas. Então, falta conectividade, falta floresta, falta habitat para essas espécies poderem se deslocar para os novos locais que terão o clima adequado”, explica Artur Malecha.
A pesquisa também aponta um caminho para reduzir o risco de destruição da nossa fauna e flora: não permitir a elevação da temperatura global acima de 2ºC, que é o limite estabelecido pelo Acordo de Paris. Para isso é preciso, principalmente, reduzir a queima de combustível fóssil e o desmatamento.
“Isso vai fazer com que metade das espécies com risco de extinção não fique mais em risco de extinção. Além disso, a gente pode fazer outras estratégias, focadas na adaptação dessas espécies. Por exemplo, recuperar as áreas degradadas, replantar as florestas que foram perdidas para aumentar a área dessas espécies”, diz Stella Manes, do Instituto Internacional para Sustentabilidade.
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