Elon Musk, conhecido por ideias que desafiam convenções, está novamente no centro de debates. Desta vez, a proposta é radical: defendendo que trabalhadores do setor privado dediquem 120 horas por semana a seus empregos, incluindo fins de semana.
A ideia, apresentada durante seu mandato no Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (DOGE), promete aumentar lucros empresariais e reduzir gastos públicos. Mas será que o plano é um avanço ou um retorno a padrões do passado?
Um Salto no Tempo: Da Revolução Industrial ao Século XXI
No século XVIII, durante a Revolução Industrial, era comum que operários trabalhassem entre 80 e 100 horas semanais, em condições precárias e sem direitos trabalhistas. Musk, ao sugerir jornadas ainda mais longas, reacende comparações com essa época.
Para ele, porém, a proposta não é sobre explorar pessoas, mas sobre acelerar mudanças. Em entrevistas, o bilionário argumenta que sistemas ineficientes só são transformados com esforço intenso: “Quem quer revolucionar setores precisa estar disposto a priorizar o trabalho acima de tudo”, declarou.
Elon Musk, o homem mais rico do mundo
Produtividade ou Exaustão?
A visão de Musk divide opiniões. De um lado, sindicatos e especialistas em saúde laboral alertam para riscos físicos e mentais. Trabalhar 120 horas semanais equivale a aproximadamente 17 horas por dia, sete dias seguidos — um ritmo que, segundo médicos, pode levar a esgotamento, distúrbios do sono e até problemas cardiovasculares.
Do outro lado, apoiadores enxergam a proposta como um caminho para inovações rápidas, citando exemplos como a Tesla e a SpaceX, empresas de Musk que já operam com jornadas extensas.
O Exemplo das Empresas Muskianas
Na Tesla, funcionários relatam cultura corporativa que exige disponibilidade quase total. “Se você está aqui, deve viver na fábrica. Literalmente”, afirmou Musk em reunião interna. Na SpaceX, equipes frequentemente dormem no local de trabalho para cumprir prazos de missões espaciais. O próprio bilionário usa sua rotina como exemplo: “Já passei noites no chão da fábrica. Se eu faço isso, minha equipe também pode”.
A Justificativa da Obsessão
Para Musk, a dedicação extrema não é opcional, mas uma necessidade para quem busca impactar o mundo. Ele defende que conquistas históricas — como a chegada à Lua ou a popularização dos carros elétricos — só ocorreram graças a equipes obcecadas por seus projetos. “Pessoas extraordinárias não trabalham das 9 às 5. Elas vivem seu propósito”, disse. Essa filosofia, segundo ele, é a chave para otimizar recursos e vencer a burocracia que, em sua visão, paralisa governos e empresas.
Will be honing product with the team all weekend, so offline until then
— Elon Musk (@elonmusk) February 16, 2025
Críticas e o Debate Sobre Direitos Trabalhistas
Oposidores argumentam que a proposta ignora avanços sociais dos últimos séculos, como a regulamentação da jornada de 8 horas diárias e o direito ao descanso. Para muitos, a ideia de Musk representa um retrocesso, colocando lucros acima do bem-estar humano. Especialistas também questionam a eficácia prática: estudos indicam que após 50 horas semanais, a produtividade cai drasticamente, enquanto erros e acidentes aumentam.
O Futuro do Trabalho: O Que Esperar?
Enquanto o debate esquenta, uma pergunta permanece: até que ponto a sociedade está disposta a adaptar suas rotinas em nome da inovação? Musk insiste que sua visão não é para todos, apenas para os “comprometidos com o futuro”. Mas, em um mundo onde equilíbrio entre vida pessoal e profissional é cada vez mais valorizado, a proposta das 120 horas parece desafiar não apenas normas trabalhistas, mas também a própria noção de qualidade de vida no século XXI.
Se o modelo de Musk será adotado em larga escala ou permanecerá como uma exceção radical, só o tempo dirá. Por enquanto, o tema continua a gerar discussões acaloradas, dividindo opiniões entre entusiastas da produtividade extrema e defensores dos limites humanos.
Esse Fim da jornada de trabalho de 8 horas? Elon Musk pede que seus funcionários trabalhem todos os finais de semana foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.
