
Enquanto o cenário macroeconômico impõe desafios ao ecossistema de inovação, com juros elevados, retração do capital de risco e aumento da seletividade dos investidores, o CEO da SME The New Economy, Theo Braga, defende que este é um momento decisivo para os empreendedores mais preparados. Em entrevista ao programa Mercado & Beyond, Braga abordou o papel do equity, a importância da formação de lideranças e os caminhos para escalar negócios no Brasil.
Capital de risco mais seletivo e startups resilientes
Segundo Braga, o ambiente de venture capital passou por forte retração nos últimos anos, mas isso teve um efeito positivo: “Só as melhores companhias sobreviveram”. O cenário de escassez de crédito, fechamento da janela de IPOs e juros altos forçou os investidores a priorizarem negócios com maior aderência ao mercado, menores queimas de caixa e potencial de escalabilidade. “O capital ficou menor, mas mais qualificado”, afirma.
Startups como Stark Bank e CRMBonus foram citadas como exemplos de negócios que prosperaram mesmo em meio à crise. “Empresas com base tecnológica e escalável têm mais chances de sobreviver nesse ambiente, pois operam sem fronteiras físicas e se adaptam com agilidade.”
Equity: a nova mentalidade que molda o crescimento
Braga reforçou a importância de os empresários brasileiros mudarem o foco do simples faturamento para a construção de equity: “O maior erro do empresário é só olhar para o caixa do mês. Ele precisa pensar no patrimônio da empresa e no valor que pode ser antecipado com parceiros estratégicos.”
Para ele, o equity é a ferramenta que permite diluir riscos, atrair sócios estratégicos e acelerar crescimento. “Warren Buffett, Elon Musk e Flávio Augusto não enriqueceram apenas com lucro operacional, mas com o equity de suas empresas.”
Formação de líderes e transformação cultural
Com mais de 3.000 empresários formados por meio da SME, Braga aposta na educação de alto impacto como principal diferencial. Seu programa Jornada Equity oferece imersões de dois dias para empreendedores aprenderem como escalar seus negócios. “Empresas quebram por falta de inovação. E líderes que não aprendem, não estão prontos para liderar.”
Ele critica a resistência de muitos empresários à inovação e à educação executiva, especialmente no topo da pirâmide. “Tem muito C-Level no Brasil que se recusa a estudar. E, se você não senta para aprender, não é digno de se levantar para liderar.”
Sucessão, nova geração e o Brasil que pode liderar
Sobre o papel dos herdeiros na nova economia, Theo Braga compartilhou sua trajetória pessoal e defendeu a formação de sucessores — e não apenas herdeiros. “70% das empresas herdadas quebram. Precisamos preparar essa nova geração para liderar com ética, propósito e visão de longo prazo.”
Braga também acredita no potencial dos hubs regionais de inovação fora do eixo Rio-São Paulo. “Nossas melhores startups vêm de cidades menores. O empreendedor do interior é mais resiliente porque tem menos acesso e mais vontade de crescer.”
Redes sociais e influência como canal de negócio
Ao comentar sobre o papel das redes sociais, Braga é direto: “Os CEOs viraram influenciadores porque isso gera receita, atrai clientes e fortalece o posicionamento do negócio.” Para ele, o empresário que não se posiciona nas redes perde espaço para concorrentes mais visíveis — mesmo que menos preparados.
Assista na íntegra:
Leia mais notícias e análises clicando aqui
O post Liderança, inovação e equity: a fórmula de para escalar negócios apareceu primeiro em BM&C NEWS.