Unicamp cria técnica inédita com impressora 3D para estudar extração do petróleo no Brasil

Uma pesquisa feita na Unicamp, em Campinas (SP), desenvolveu uma técnica inédita para estudar os processos de extração de petróleo no Brasil. O método, o primeiro deste tipo desenvolvido no país, segundo a instituição, utiliza impressoras 3D e consegue simular em laboratório os processos de remoção do óleo natural.
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O processo, realizado no Centro de Estudos de Energia e Petróleo da Unicamp, é financiado pela Petrobras e consiste em “minaturizar” os testes. Ou seja, atualmente, os métodos de simulação de reservatório precisam de grandes quantidades de óleo, água e amostras de rocha. Com a nova tecnologia, o volume de material é reduzido em 1.000 vezes.
👉 Mas como é feita a redução? Segundo os pesquisadores, a impressora 3D consegue reproduzir com precisão as características físicas e químicas das rochas dos reservatórios de petróleo, simulando as propriedades encontradas nestas formações.
“Ele consegue produzir com rigor de qualidade muito elevado essas formações rochosas e introduzir isso em sistemas muito pequenos, talvez mais próximos de uma moeda de 1 real. Aí a gente consegue as mesmas informações esperadas de um equipamento que provavelmente precisaria ser operado um galpão. Isso melhora o monitoramento dos processos e a qualidade dos produtos produzidos pelas operadora”, disse o pesquisador e professor do Instituto de Química da Unicamp, Leandro Wang.
De acordo com os idealizadores do projeto, os custos de simulação também são consideravelmente reduzidos com a tecnologia, considerando que a quantidade de material e de energia utilizada nas simulações são menores, além da diminuição dos impactos ambientais. Com o novo método, o resultado, que demoraria semanas para sair, é entregue no mesmo dia.
Os pesquisadores apontam ainda a capacidade de “reprodução precisa” da impressora 3D. O dispositivo impresso é capaz de simular propriedades encontradas em formações geológicas reais, o que contribui para a compreensão dos processos de extração do petróleo e oferece alternativas de ações.
“Isso é um marco na indústria brasileira. A gente consegue estar no mínimo em um nível mundial de uma pesquisa que é feita com petróleo. A gente consegue reproduzir fielmente características e como esse petróleo está distribuído. É possível aplicar pressão alta, temperatura alta e tentar reproduzir a forma convencional que uma extração é feita”, disse o pesquisador Reverson Fernandes.
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