O número de casos de violência no ambiente escolar mais do que triplicou entre 2013 e 2023, de acordo com dados do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) compilados pela Revista Pesquisa Fapesp, divulgados nesta segunda-feira (14).
Em 2013, foram registrados 3.771 episódios de violência nas escolas. Em 2023, 10 anos depois, o número subiu para 13.117, o que representa um aumento de 348% aproximadamente.
O Ministério da Educação reconhece quatro tipos de violência escolar: a agressão extrema, que envolve ataques letais; violência interpessoal, como discriminação; bullying, que abarca intimidações físicas, verbais ou psicológicas repetitivas; e episódios no entorno do ambiente escolar, como tráfico de drogas.
Os números contemplam estudantes, professores e outros membros da comunidade escolar. Entre as ocorrências, 2,2 mil casos envolveram violência autoprovocada (ou seja, automutilação, autopunição, ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídios), tipo de agressão que aumentou 95 vezes no recorte temporal avaliado.
Em 2023, metade dos casos registrados foi de agressão física. Em seguida, 23,8% foram de episódios de violência psicológica e moral e 23,1% de violência sexual. Além disso, 35,9% dos agressores eram amigos ou conhecidos da vítima.
De acordo com a Revista Pesquisa Fapesp, alguns fatores explicam o aumento da violência no ambiente escolar, como a desvalorização dos professores, a precarização da infraestrutura das escolas e o despreparo para lidar com casos de misoginia, racismo e com a mediação de conflitos. Também entram nesse rol a relativização dos discursos de ódio, o aumento das comunidades online de caráter violento e as agressões sofridas ou vivenciadas pelos alunos no ambiente doméstico.