
Sarah Raissa Pereira de Castro morreu no domingo (13), no DF. Dados do Instituto DimiCuida mostram que de 2014 a 2025, foram registrados 56 casos de crianças ou adolescentes mortos ou severamente feridos no Brasil por conta de desafios online. Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos
Reprodução
O Ministério da Justiça informou, na noite desta segunda-feira (14), que acompanha o caso da menina de 8 anos que morreu após supostamente ter inalado desodorante em um desafio na internet, no Distrito Federal. O óbito de Sarah Raissa Pereira de Castro foi declarado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) no domingo (13), a menina estava internada desde quinta-feira (10) (saiba mais abaixo).
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A pasta diz que tem desenvolvido “ações para enfrentar o problema”. Uma das iniciativas em estudo é o desenvolvimento de um aplicativo para restringir o acesso de crianças e adolescentes a conteúdos inapropriados na Internet, inclusive por meio de um Comitê Consultivo instituído nesta segunda-feira.
👉O Instituto DimiCuida — que monitora brincadeiras perigosas na internet — registrou 56 casos de crianças ou adolescentes que morreram ou ficaram gravemente feridos no Brasil, desde 2014, por causa desses desafios online. O dado é usado como referência pelo Ministério da Justiça para monitorar esse tipo de violência.
Criadores de conteúdo podem responder pela morte da menina
Polícia investiga se morte de criança no DF tem ligação com desafio do desodorante, nas redes social
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) quer descobrir quem criou e compartilhou nas redes sociais conteúdo relacionado ao chamado “desafio do desodorante” que, segundo a família, causou a morte de Sarah Raissa Pereira de Castro. A menina foi sepultada na tarde desta segunda-feira (14), Brasília.
Segundo o delegado Walber Lima, da 15ª Delegacia de Polícia, os responsáveis pela publicação podem responder por homicídio duplamente qualificado — crime com pena de até 30 anos de reclusão. A principal linha de investigação é que a menina participou do desafio após assistir a vídeos na internet.
O celular usado por Sarah foi apreendido e encaminhado para a perícia. O conteúdo armazenado no aparelho pode ajudar a polícia a rastrear a origem do vídeo. O laudo deve ficar pronto em cerca de 30 dias.
“A ideia é conseguir o histórico de pesquisas, além do conteúdo acessado por ela”, diz o delegado.
O laudo cadavérico foi concluído pelo Instituto Médico Legal (IML) e agora é analisado pelos investigadores.
Celular e desodorante estavam ao lado da vítima
Menina de 8 anos morre após fazer o ‘desafio do desodorante’ no DF
Sarah foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após ser encontrada desacordada pelo avô, na quinta-feira (10), dentro de casa. Segundo a polícia, ela estava deitada no sofá, ao lado do celular e de um frasco de desodorante aerossol. Uma almofada estava encharcada pelo produto.
A criança foi levada com vida ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). No entanto, no HRC os médicos constataram morte cerebral. O óbito foi declarado no domingo (13).
O “desafio do desodorante” consiste em inalar o produto pelo maior tempo possível. A prática tem sido reproduzida por crianças e adolescentes que gravam vídeos para redes sociais, que alcançam milhares de visualizações.
Especialistas alertam que o aerossol pode causar sérios danos à saúde se for inalado. A substância consegue penetrar rapidamente nos brônquios, comprometendo a oxigenação. Além disso, há um alto teor de etanol (álcool) em qualquer tipo de desodorante.
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