“Chacina da Ilha”: julgamento é suspenso por 3 horas após falta de energia em fórum

Fórum Criminal de Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

O julgamento dos quatro acusados do crime conhecido como “Chacina da Ilha” foi suspenso por três horas após queda de energia na região do Fórum Criminal de Vitória, nesta segunda-feira (14).

A sessão teve início por volta das 8h30, mas foi suspenso às 10h30 após a falta de energia, já que o prédio não possui gerador individual.

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Segundo nota divulgada pela EDP, a interrupção no fornecimento de luz teria ocorrido devido à queda de um galho de árvore na rede elétrica. A distribuição foi reestabelecida por volta de 12h20 em toda a região.

Os réus, advogados, jurados e equipe do Júri aguardaram no local até as retomada dos trabalhos, às 13h30. O julgamento já havia sido cancelado outras quatro vezes ao longo dos anos.

Chacina da Ilha
Foto: Reprodução/TV Vitória

Em nota, a presidente Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Espírito Santo (OAB-ES) criticou o adiamento da sessão e cobrou providências do Tribunal de Justiça.

Não se pode aceitar que um julgamento seja interrompido por descaso. A função do jurado é nobre e deve ser exercida com respaldo e dignidade. A OAB-ES não apenas repudia o ocorrido, como exige uma apuração rigorosa e ações imediatas para impedir que isso volte a acontecer.

O advogado Carlos Bermudes, que defende um dos acusados, também questionou às condições fornecidas pelo Tribunal de Justiça para julgamentos desta magnitude.

“É inaceitável que, em pleno 2025, o Judiciário ainda não consiga oferecer estrutura minimamente digna para a realização de um julgamento dessa relevância. A responsabilidade por esse grave prejuízo deve ser imputada ao próprio TJES, que falhou em garantir a seriedade e a segurança necessárias ao devido processo legal”, salientou,

O Folha Vitória entrou em contato com o Tribunal de Justiça e a matéria será atualizada em caso de retorno.

Relembre o caso

No dia 28 de setembro de 2020, quatro jovens foram assassinados na Ilha da Pólvora, próxima à Santo Antônio, em Vitória.

As vítimas estavam com outros dois colegas quando foram confundidos com integrantes de uma facção criminal pelos réus. Três jovens morreram no local após disparos de arma de fogo, outro chegou a ser socorrido, mas morreu em seguida. Os dois sobreviventes ficaram feridos e receberam atendimento médico.

O Ministério Público denunciou quatro pessoas por crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, corrupção de menores e associação para o tráfico de drogas.

São eles:

  • Felipe Domingos Lopes, conhecido como “Cara de Boi” ou “Boizão”;
  • Victor Bertholini Fernandes, o “Vitinho”;
  • Werick Sant’Ana dos Santos da Silva, chamado de “Mamão”;
  • Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, apelidado de “Balinha” ou “Bamba”.

O crime teria sido uma demonstração de poder na guerra entre facções rivais devido ao tráfico de drogas. Um adolescente também teria participado da chacina.

O MP requereu a fixação de indenização mínima por danos materiais e morais a ser paga às famílias das vítimas.

Os jovens vítimas do crime mortal foram:

  • Pablo Ricardo Lima Silva
  • Wesley Rodrigues de Souza
  • Yuri Carlos de Souza Silva
  • Victor da Silva Alves
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