
Após mudança na carga horária dos professores, a APLB Sindicato aprovou na manhã desta segunda-feira (14), paralisação de três dias na rede municipal de ensino de Feira de Santana. A decisão foi tomada durante a assembleia extraordinária realizada na sede do sindicato e contou com grande adesão dos professores.

A alteração na jornada de trabalho dos professores foi publicada no sábado (12), no Diário Oficial do Município por meio de portaria. A Secretaria Municipal de Educação (Seduc) reorganizou a distribuição da carga horária e estabeleceu regras para as chamadas Atividades Complementares (AC), como planejamento, reuniões pedagógicas e inserção de dados nos sistemas da rede municipal.

Em fevereiro deste ano, o Acorda Cidade já havia conversado com a presidente da APLB, Marlede Oliveira, que declarou que o sindicato não iria aceitar alterações na carga horária dos professores. Na época, a Seduc estaria estudando formas de realizar a modificação. (Relembre aqui)
Reivindicações e Impacto da Paralisação
Nesta manhã, após a assembleia, Marlede criticou a decisão da Secretaria de Educação em aprovar a portaria no ‘escuro’, sem discutir os detalhes com os mais afetados e interessados, que são os professores.

“A categoria atendeu o chamado da entidade, os professores vieram porque sabem o que o secretário está fazendo. Ele está punindo pela falta de professores que tem na rede. Não tem professor, desde o início do ano que eu digo a ele que falta 400 professores e ele não falta tudo isso não, disse que ia suprir a falta de professores, nomeando os 300. Não conseguiu nomear 300, porque muita gente não quer trabalhar mais em Feira, pelo caos, não tem valorização, não tem salário, não tem carreira, não tem mais nada. Só conseguiu chamar 192 dos 300. Mesmo assim vai faltar vários professores”, explicou Marlede em entrevista ao Acorda Cidade.

Marlede afirmou que o secretário deve resolver o problema da falta de professores, contratando mais profissionais.
“A categoria está aqui insatisfeita, injuriada com o que ele está fazendo conosco. Ele está tirando, está aumentando sim a carga horária de 26 para 30, que está aqui escrito na portaria que saiu sábado. E quis desfazer a minha fala, parecendo que eu estava inventando uma mentira, que está escrito e assinado por ele. A gente vinha conversando para poder resolver a questão do reajuste. Mas fomos surpreendidos no sábado. Todo dia ele falava: ‘Vai ter alteração na carga horária dos professores’. Eu disse, não altere porque isso não vai dar certo”.

A presidente ainda disse que para professores que não estavam cumprindo a carga horária, seria preciso rever cada caso e não penalizar toda a categoria.

“Você quer alterar, para quê? Para mais ou para menos? Quem não está cumprindo é uma coisa na sala de aula, você veja, se tem escola que não cumpre às 26h. Agora, aí o que ele fez? A questão é a falta de professor, ele não tem professor. Ele só chamou 192 e precisava de 400 olha o buraco, olha a bronca desse governo agora quer sacrificar os professores?”, questionou.
Próximos passos da Categoria
Dentro dos três dias de paralisação, a categoria já aprovou um cronograma para cobrar as diversas pautas que estão sem retorno da Seduc, inclusive, a alteração da carga horária.

“Hoje nós vamos para a Seduc agora, após a Assembleia. Estamos indo amanhã também para a Câmara de Vereadores e na próxima quarta-feira de manhã vamos para a Secretaria de Administração e à tarde iremos fazer uma Assembleia para avaliar os números da luta”.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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