Bancos melhoram previsões para economia do Brasil após tarifaço de Trump

Economistas de bancos brasileiros melhoraram as previsões para os principais indicadores da economia do país em meio à guerra comercial criada pelo tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump ao comércio de países com os EUA. Mesmo com a medida de Trump e a retaliação vinda principalmente da China, as instituições financeiras veem o Brasil crescendo mais e com preço subindo menos.

As mudanças estão registradas na última edição do chamado Boletim Focus, elaborado pelo Banco Central (BC). O BC divulga o boletim semanalmente justamente para tornar pública as expectativas dos bancos sobre a economia brasileira.

O boletim desta segunda-feira (14) indica que os bancos estimam que a economia brasileira vai crescer 1,98% em 2025. No boletim divulgado na segunda-feira passada, com base em previsões coletadas também antes do tarifaço, a expectativa de crescimento era de 1,97%.

Ainda de acordo com o Focus, bancos ouvidos somente nos cinco dias úteis da semana passada – ou seja, após o tarifaço anunciado no dia 2 – já estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresça 2% em 2025.

Ainda de acordo com o Boletim Focus, os bancos estimam que a inflação oficial do país encerre o ano em 5,65%. O percentual diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e é o mesmo informado na edição da semana passada.

No entanto, entre os economistas ouvidos só nos dias úteis da semana passada – ou seja, após a tarifaço –, a previsão de inflação 5,59%.

Os bancos continuam prevendo que a taxa básica de juros, a Selic, feche o ano em 15% ao ano. Hoje, ela está em 14,25%. Preveem ainda que a cotação do dólar esteja em R$ 5,90 ao final do ano – na sexta-feira (11), a cotação era de R$ 5,87.

Dias após o anúncio do tarifaço, um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas (Cedeplar), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já havia indicado que, de forma geral, a medida de Trump terá impacto positivo sobre a economia nacional.

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