A Justiça capixaba manteve a prisão do pedreiro Welington Caio Silva Nogueira, de 28 anos, durante audiência de custódia realizada no presídio no domingo (13). Ele foi preso em flagrante suspeito de espancar até a morte a filha Ana Victória Silva dos Santos, de 8 anos.
O crime ocorreu dentro da casa onde a família mora no bairro Itaquari, em Cariacica, na noite de sexta-feira (11). O suspeito chegou a levar a filha até o Pronto Atendimento de Alto Lage, no mesmo município, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu. Welington foi autuado por homicídio e encaminhado ao presídio.
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No presídio, o suspeito passou pela audiência de custódia e o juiz Carlos Henrique Cruz de Araújo Pinto converteu a prisão em flagrante em preventiva.
“A análise dos elementos constantes dos autos permite concluir pela existência de prova suficiente da materialidade delitiva, bem como de fortes indícios de autoria por parte do autuado”, diz trecho da decisão.
O magistrado ainda argumentou que a liberdade do pedreiro colocaria em risco a ordem pública e a instrução penal.
“Muito alegre, um doce”, diz avó de menina morta
Enquanto Welington passava por audiência de custódia no presídio, a mãe dele estava no Instituto Médico Legal (IML), em Vitória, para fazer a liberação do corpo da neta. A avó de Ana Victória veio de Minas Gerais para fazer o procedimento.
Muito abalada, a mulher de 52 anos precisou ser medicada antes do reconhecimento. Ela afirma que a neta e o neto – irmão gêmeo de Ana – estavam há apenas três meses morando com o pai, após passarem quatro anos sob os cuidados dela em Minas Gerais.
“Ela era muito alegre. Um doce, um doce. Eu cuidei de tudo. Cada ida ao médico. Era uma criança muito bem cuidada”, disse, aos prantos.
O irmão gêmeo de Ana foi acolhido em uma instituição da Grande Vitória. Em depoimento ao Conselho Tutelar, o menino afirmou que também era agredido pelo pai.
Relembre
O pedreiro Welington Caio Silva Nogueira, de 28 anos, foi preso em flagrante pela morte da filha e autuado por homicídio qualificado com agravantes por ser o tutor da vítima.
Segundo a Polícia Militar, o suspeito confessou ter espancado a filha por dois dias consecutivos — na quinta (10) e na sexta-feira (11). Ele alegou que as agressões começaram após a criança não fazer um dever de casa e se intensificaram após ele receber um bilhete da escola com reclamações sobre o comportamento da menina. Um pedaço de cabo de vassoura teria sido usado no espancamento.
A madrasta, que estava no apartamento no momento das agressões, foi ouvida na delegacia e liberada por falta de elementos que justificassem a prisão em flagrante.
