O presidente Donald Trump decidiu, na noite desta sexta-feira (11), retirar eletrônicos como smartphones e computadores da lista de itens tarifados. A lista completa foi publicada pela alfândega americana e inclui também discos rígidos, processadores e chips de memória, que em geral não são fabricados pelos Estados Unidos.
O caso iPhone
O tarifado de Trump e a escalada especialmente contra a China que chegou a 145% de taxação fez com que os norte americanos corressem para as lojas para comprar iPhones. Isso porque o produto depende da importação de peças de alguns países e a manufatura é realizada em fabricas chinesas. As tarifas vão elevar o preço do produto que hoje custa em média US$ 1.099 (R$ 6.450 reais em média) para US$ 3.500 dólares (R$ 20.500 reais).
Com o tarifaço, um dos objetivos de Trump é incentivar a produção local e geral empregos nos Estados Unidos, mas especialistas acreditam que essa mudança não deve acontecer, principalmente em curto prazo, como resposta as medidas do chefe da Casa Branca, porque requer grandes investimentos em infraestrutura e automação. Hoje, cerca de 200 milhões de iPhones são fabricados pela China.
Enquanto isso no Brasil
No mesmo dia do recuo estratégico de Trump, o presidente Lula sancionou a lei que impõe reciprocidade de de regras ambientais e comerciais do Brasil com outros país. O projeto, que teve tramitação acelerada no Congresso, foi sancionado sem vetos e vai ser publicado no Diário Oficial da União na segunda-feira (14).
O texto permite que o Brasil tenha arcabouço legal para responder a altura contra aplicação ou ameaça de medidas comerciais que afetem a soberania nacional, medidas que violem acordos comerciais em vigor e exigências ambientais maiores das que estão em vigor hoje no país.
O Brasil foi taxado em 10%, mas teve a tarifa suspensa por 90 dias pelo governo Trump no último dia 09. Segundo o vice presidente e ministro do Desenvolvimento, Industria, Comércios e Serviços Geraldo Alckmin, a nova lei é boa, mas o governo não pretende usá-la e vai manter o diálogo e a negociação.
O Brasil foi um dos primeiros países a procurar o governo Trump para evitar grandes danos, antes mesmo do anuncio oficial do tarifaço.