Carlos Bolsonaro: Operação da PF foi ratificada pela PGR

Carlos Bolsonaro é suspeito de ter se beneficiado pela espionagem ilegal da Abin paralelaReprodução/Agência Brasil

A operação de busca e apreensão iniciada nesta segunda-feira (29) pela Polícia Federal (PF), que mira o vereador Carlos Bolsonaro, foi solicitada pela PF e ratificada pela Procuradoria Geral da República (PGR) antes de ser autorizada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Até o momento, Carlos Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação autorizada para a residência dele e para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro – assessores do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro também são alvos da PF.

O filho do presidente é um dos supostos beneficiados pelo esquema de espionagem ilegal que utilizou paralelamente a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001 e foi acusado de ser o chefe do “gabinete do ódio”, uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários, instituições, o sistema eleitoral e a democracia brasileira. Quem apontou o nome dele foi o ex-ajudante de ordens e “braço-direito” de seu pai, o tenente-coronel Mauro Cid. 

A Polícia Federal suspeita que durante o mandato de Jair Bolsonaro, a Abin atuou como uma espécie de “braço” para coleta de informações ilegais, sem autorização judicial e invadindo celulares de adversários políticos da família do então presidente. 

O objetivo seria  alimentar perfis de extrema direita nas redes sociais com informações falsas, difamando instituições e autoridades. Outra frente de investigação apura a possibilidade da Abin ter sido utilizada para blindar os filhos de Jair Bolsonaro, por meio de espionagem e interferências na Polícia Federal. 

Abin no “olho do furacão”

Na última quinta-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, era o responsável pelo funcionamento da “Abin paralela” para beneficiar a família de Jair Bolsonaro, de quem é aliado e afilhado político.

Entre autoridades espionadas estavam a ex-deputada Joice Hasselmann; o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT); e o presidente da Câmara dos Deputados entre 2016 e 2021, Rodrigo Maia.

No momento, Ramagem é deputado federal pelo PL, mesmo partido de Jair e Carlos Bolsonaro, e pretende lançar-se candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições deste ano.

Durante a operação de buscas da PF na sede da Abin, quando Ramagem era o principal alvo da investigação, o diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa, ficou irritado, referiu-se aos investigadores como “bandalha” e realizou uma reunião de emergência enquanto disputava e tentava coibir o trabalho da polícia, negando a fornecer o material relacionado ao trabalho dos policiais, argumentando que não havia uma autorização específica para acessar a rede da Abin. 

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