Já correu de costas? Modalidade inusitada ganha espaço entre corredores do DF

Segundo especialista, prática é difundida no exterior como atividade complementar de atletas de alto rendimento. Correr para trás contribui com equilíbrio, agilidade, gasto energético. Alunos do CEUB praticam corrida de costas em Brasília.
A corrida é um esporte em alta no Distrito Federal e por todo o Brasil há um tempo. Agora, está ganhando fama entre os corredores uma categoria complementar: a corrida de costas.
Doutora em Neurofisiologia e professora de Educação Física do Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), Leandra Batista conta que a prática já é bem difundida e estudada no exterior como atividade complementar dos corredores de alto rendimento.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp.
Segundo a especialista, a modalidade contribui com a ampliação da capacidade física e mental. Outras vantagens são o favorecimento do gasto energético, melhora do equilíbrio e da agilidade. A prática também evita lesões (veja detalhes abaixo).
A aluna de Educação Físcia do CEUB Evanita Cristina conta que percebeu diferença com a prática:
“A minha corrida melhorou bastante. A questão de força, de resistência. Eu não canso tanto mais, já está bem mais equilibrado. A gente esá tendo uma resposta bem saudável, bem legal mesmo”, afirma Evanita.
Corrida de costas X corrida comum
A professora diz que a principal diferença entre os dois formatos é o estímulo no cérebro. Por ser um exercício fora do habitual, a corrida de costas gera ganho de procepção e, consequentemente, de neuroplasticidade. Ambos são desenvolvimentos cerebrais que ampliam a capacidade física e mental.
🔎Procepção ou cinestesia: capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão.
Quanto aos ganhos físicos da modalidade, os músculos não usados comumente são estimulados. Leandra Batista explica que, quando é usada em complemento de treino, a corrida de costas favorece o gasto energético, melhora o equilíbrio e a agilidade. A prática também trata e previne lesões.
Como iniciar a prática?
A professora indica que seja uma prática aderida de forma gradual. Também é preciso usar tênis de baixo impacto, priorizar locais planos, sem obstáculos. Começar pela esteira também é uma opção, comenta Leandra Batista.
Ela ensina que a corrida de costas deve começar com a caminhada. O ideal é começar com 10 passos para trás e ir aumentando progressivamente conforme o praticante for se sentindo mais seguro.
“É ideal que comece com períodos curtos, se está acostumada a correr 5km, comece com 2 a três séries curtas por semana. Nunca na mesma proporção da habitual para a de costas porque pode gerar lesão. Se está acostumada a correr 30 minutos direto, corre 20 minutos normal e caminha 10 minutos de costas”, orienta a professora.
Quem pode correr de costas?
A doutora e professora de educação física aponta que a atividade não é indicada para quem tem demência ou outro diagnóstico que comprometa a execução da tarefa. A docente também alerta para o cuidado quanto a segurança, e a necessidade de ser acompanhado por um profissional, principalmente no caso de idosos e crianças.
Fora as exceções, ela afirma que pessoas de todas as idades podem praticar. A prática também é indicada especificamente para pessoas acima do peso e para quem está em processo de reabilitação dos membros inferiores.
Outras formas
Leandra Batista afirma que existem outras formas de gerar o mesmo resultado neural que a corrida de costas. São elas:
praticar yoga;
praticar pilates;
fazer atividades comuns de olhos fechados (sempre considerando a segurança);
usar os membros do lado oposto ao habitual (ex.: tentar escrever com a mão esquerda se for destro);
slackline ou atividades que comprometam o equilíbrio.
LEIA TAMBÉM:
GYMNASIADE: estudante da rede pública do DF representa Brasil em campeonato mundial de ginástica artística
CORRIDAS DE RUA: veja calendário de eventos no DF
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.