Biólogo relata paralisia no braço após tocar em caravela-portuguesa: ‘incômodo muito forte’


Nauther Andres, do Laboratório de Ecologia e Conservação Marinha da Unifesp, diz ter ficado com o braço paralisado após encostar ponta do dedão da mão no tentáculo do animal. Biólogo marinho relata paralisia após contato com caravela-portuguesa
Arquivo Pessoal e Rafael Mesquita
Apesar de belas e chamativas, as caravelas-portuguesas (Physalia physalis) são capazes de causar queimaduras graves e até paralisia em quem encostar nelas. Ao g1, o biólogo Nauther Andres contou, nesta segunda-feira (29), detalhes sobre o dia em que ficou com o braço paralisado após encostar apenas o dedão de uma das mãos no animal marinho. “Incômodo muito forte”, lembrou ele.
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Nauther, que também é mergulhador e educador ambiental, além de técnico de campo no Laboratório de Ecologia e Conservação Marinha da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mora em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo ele, o acidente aconteceu durante um dia na praia em Fernando de Noronha (PE) com os amigos.
O biólogo explicou que, na ocasião, esticava uma canga para descansar na areia. Enquanto prendia o tecido ao solo, ele encostou apenas três centímetros do dedão da mão direita no tentáculo do animal que, de acordo com ele, estava ‘escondido’ na areia.
“Foi uma área pequena, mas mesmo morta e ressecada, a caravela-portuguesa libera essa toxina”, explicou o biólogo. “Começou a queimar e senti uma coceira, além de uma dor que irradiou para o braço. Minutos depois, meu braço ficou paralisado”.
Nauther lembrou também que a paralisia do braço esquerdo durou alguns minutos, mas ressaltou que o sintoma foi ‘breve’ por conta do pouco contato que teve com o tentáculo da caravela-portuguesa.
Caravelas-portuguesas podem ter diferentes cores, mas não devem ser manuseadas por banhistas
Arquivo Pessoal/Beatriz Torres
Bela e letal
O biólogo acrescentou que, apesar de coloridas e chamativas, as caravelas-portuguesas são perigosas e venenosas quando alguém encosta nos tentáculos delas, que podem chegar a 30 metros.
“Podem causar muita dor, paralisar membros ou até mesmo a morte, dependendo do grau do ferimento”, explicou ele.
Nauther descreveu como funcionam os tentáculos desses animais. Segundo ele, em cada um há uma espécie de ‘colônia’ de indivíduos que vivem junto aos corpos das caravelas-portuguesas. “Ao tocar em algo, eles ‘encolhem’, como se reagrupando para liberar uma maior quantidade de toxina”, finalizou.
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‘Escondidas’ na areia
Ao g1, o biólogo explicou, anteriormente, que mesmo morta uma caravela-portuguesa ainda pode causar queimaduras se entrar em contato com a pele humana. Além disso, a areia pode esconder o animal, situação que deve servir de alerta para que banhistas mantenham o cuidado nas praias.
“Você não percebe, muitas vezes, que o animal está ali. Dependendo do ambiente, pelo tempo que ele está lá, a areia, assim como outros substratos, acabam o ‘encobrindo’ e, assim, você pode encostar nele [sem querer]”, disse ele.
Tentáculos das caravelas-portuguesas têm paralisante que podem chegar a 30 metros
Arquivo pessoal/Rafael Ferreira
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