A chilena Arauco realizou nesta quarta-feira, 9, o lançamento da pedra fundamental do Projeto Sucuriú, em Inocência (MS). As obras de terraplanagem, iniciadas em junho de 2024, devem ser concluídas até meados deste ano, marcando o início da etapa de construção civil. A expectativa é que a planta entre em operação no último trimestre de 2027.
Com investimento estimado em US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 27,3 bilhões na cotação atual) e capacidade de produção anual de 3,5 milhões de toneladas de celulose de fibra curta, a nova unidade representará a estreia da Arauco no setor de celulose no Brasil. Quando concluído, o projeto será a maior fábrica de celulose do mundo, superando o Projeto Cerrado da Suzano, em Ribas do Rio Pardo (MS), com capacidade de 2,55 milhões de toneladas por ano.
“Sucuriú representa um grande desafio para a Arauco, não apenas por ser o maior investimento da nossa história, mas porque nos permite projetar o futuro com entusiasmo”, declarou Cristian Infante, presidente global da companhia.
O evento contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, que substituiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Este é o maior projeto do mundo de celulose em uma única etapa, conte conosco na nova indústria Brasil, pesquisa, desenvolvimento e inovação. A rota bioceânica vai fazer uma ligação histórica com o Atlântico e Pacífico, um ganho para essa região, extraordinário”, afirmou Alckmin durante seu discurso.
Inicialmente planejada para produzir 2,5 milhões de toneladas ao ano, a capacidade da planta foi ampliada em setembro de 2023 em 40%, atingindo os atuais 3,5 milhões de toneladas anuais de fibra de eucalipto.
O complexo contará com dois digestores, uma caldeira de recuperação, duas linhas de fibras, três secadoras, seis picadoras e uma unidade de gaseificação destinada à produção de biocombustível para abastecer os fornos de cal. De acordo com Fernando Scucuglia, diretor de celulose e energia da Valmet, principal fornecedora do projeto e responsável por cerca de 50% da parte industrial, a caldeira terá capacidade de queima superior a 15 mil toneladas de resíduos por dia, sendo a maior do mundo no setor.
“Esse é o projeto mais importante da história da Valmet. Será a maior fábrica do mundo e contará com o que há de mais moderno em termos de tecnologia”, destacou Scucuglia. Ele afirmou ainda que a planta deverá alcançar 80% de sua capacidade apenas dois meses após o início das operações e atingir 100% em seis meses.
Segundo a Arauco, o pico da construção deve empregar cerca de 14 mil trabalhadores. Para qualificar a mão de obra local, a empresa firmou parceria com o Senai para oferecer cursos gratuitos nas áreas de operação de caminhão basculante, motoniveladora, retroescavadeira e trator.
“Temos avançado no desenvolvimento do projeto em plena harmonia com todas as partes interessadas. Desde que chegamos, mantemos um diálogo transparente e contínuo com as pessoas de Inocência e cidades próximas, seus representantes e com o poder público”, afirmou Carlos Altimiras, presidente da Arauco no Brasil.
Atualmente, o grupo chileno possui capacidade instalada de mais de 5,2 milhões de toneladas por ano em suas unidades no Chile, Argentina e Uruguai.
Além de Alckmin, estiveram presentes na cerimônia a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a senadora Tereza Cristina e diversas autoridades de Mato Grosso do Sul.
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