Lula participa de cúpula da Celac em Honduras nesta quarta


Encontro de países latino-americanos e caribenhos deve discutir parcerias, clima e segurança alimentar. Reunião ocorre em contexto de ‘tarifaço’ e de política migratória mais dura dos EUA. Lula na Celac no ano passado
Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta quarta-feira (9), em Honduras, da nona edição da cúpula de líderes dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Lula chegou na noite de terça (8) a Tegucigalpa, capital hondurenha, que recebe o encontro dos representantes dos 33 países da América Latina e do Caribe.
A cúpula, na qual Honduras passará à Colômbia o comando rotativo do grupo, está marcada para as 13h no horário de Brasília.
🌍A Celac é um mecanismo de diálogo da América Latina e do Caribe. Segundo o governo brasileiro, o encontro deve tratar de temas como integração regional e combate às mudanças climáticas e à fome.
Os países do grupo discutem um plano de segurança alimentar e um fundo de adaptação e resposta a desastres naturais.
Durante discurso na Celac no ano passado, Lula pediu fim do que chamou de ‘genocídio em Gaza’
Tarifaço de Trump e migrações
Os líderes presentes na cúpula também devem discutir temas geopolíticos. No momento, duas políticas do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, afetam pessoas da região: o “tarifaço” e a política de imigração.
Trump se elegeu com discurso anti-imigrantes e adotou neste começo de mandato ações de deportação em massa.
Na área econômica, Trump anunciou a imposição de tarifas a países do mundo que, no entendimento da Casa Branca, “roubam” os EUA na relação comercial, o que deflagrou de vez uma guerra comercial, sobretudo com a China.
💲Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Colômbia, por exemplo, foram taxados em 10%, abaixo dos percentuais de Venezuela (15%), Nicarágua (18%) e Guiana (38%).
Diplomatas preveem dificuldade para que saia uma posição conjunta do bloco sobre o tema, já que as tarifas não são uniformes, há posições ideológicas divergentes e cada país adota sua estratégia de negociação.
Futuro da ONU
O Brasil quer discutir na Celac a sucessão da Organização das Nações Unidas (ONU). O mandato do atual secretário-geral António Guterres se encerra em 2026, e o governo brasileiro quer lançar uma candidata mulher pela região.
Desde a fundação, em 1945, a ONU jamais teve uma secretária-geral. O governo brasileiro entende que, pelo rodízio regional, seria a vez de um latino assumir o posto.
De acordo com a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Padovan, não há nomes definidos, porém a diplomata considera “excelentes” candidatas:
Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile;
Mia Mottley, primeira-ministra de Barbados;
Rebeca Grynspan, ex-vice-presidente da Costa Rica.
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